Preso nesta quarta-feira (3) pela Polícia Federal (PF), o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), não é o primeiro chefe do legislativo fluminense a ser detido em operações federais. Desde 2005, outros quatro ex-presidentes da Alerj foram presos, seja durante o exercício do cargo, seja anos após deixarem a presidência.
Bacellar foi preso na Operação Unha e Carne, suspeito de vazar informações sigilosas de outra operação federal que resultou na prisão do então deputado estadual TH Joias. Ao todo, estão sendo cumpridos oito mandados de busca e apreensão e um mandado de intimação para cumprimento de medidas cautelares, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Com Bacellar, a lista de ex-presidentes da Alerj presos é:
- José Nader (PDT) – 1991 a 1994
- Sérgio Cabral Filho (PSDB/PMDB) – 1995 a 2003
- Jorge Picciani (PMDB) – 2003 a 2011 e 2015 a 2017
- Paulo Melo (PMDB) – 2011 a 2015
- Rodrigo Bacellar (União Brasil) – desde 2023
Primeira prisão aconteceu em 2005
Nader foi preso anos depois de ter exercido a presidência, já em 2005, acusado de pesca predatória e porte ilegal de armas. Ele foi detido no município de Pium, no Tocantins (119 km de Palmas), com oito quilos de pirarucu, além de armas e munições. Na época, ele estava filiado ao PTB.
Já Cabral, que também foi governador do Rio, foi preso em 2016 no âmbito da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato. Ele foi condenado a mais de 400 anos de prisão por chefiar um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa durante seus mandatos como governador.
Apenas dois presidentes foram presos durante o mandato
Seu sucessor na Alerj, Picciani, foi o único, além de Bacellar, a ser preso enquanto exercia o cargo. Em 2017, na Operação Cadeia Velha — também ligada à Lava Jato — ele foi detido durante uma investigação sobre um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa dentro da casa legislativa.
Melo, do mesmo partido de Picciani, também foi preso. No mesmo ano, foi detido no âmbito das investigações da Lava Jato e, posteriormente, em 2020, na Operação Favorito, que investigava fraudes em contratos da área da saúde durante a pandemia de Covid-19. No entanto, por decisão do STF, sua primeira condenação foi anulada.

