Professores da UFRJ promoveram, nesta sexta-feira (19), em frente à sede do Ministério da Fazenda, no Centro do Rio, um ato por salários, mais bolsas de pesquisa e melhores condições de trabalho. Sob o lema “Eu amo a UFRJ”, numa tentativa de mobilizar a sociedade para a crise na universidade, os manifestantes estenderam faixas e balões coloridos nas escadarias do ministério.
“A UFRJ entrega muito para o nosso país em termos de projeto de desenvolvimento, de inclusão social, e a gente precisa que a sociedade esteja conosco. Vivemos uma redução contínua do orçamento e o resultado é visível nos corredores, salas, laboratórios, bibliotecas e museus da UFRJ. Mesmo assim seguimos produzindo conhecimento, gerando inovações e servindo com excelência à sociedade brasileira. Queremos condições dignas para seguir nessa trajetória”, pediu Mayra Goulart, presidente da Adufrj, a Associação de Docentes da UFRJ.
A professora do Instituto de Matemática Tatiana Roque se emocionou ao discursar, citando a diversidade de alunos que existe hoje nas universidades públicas, ao lembrar de quando começou a dar aulas no Instituto de Matemática, nos anos 90.
“A gente só dava aula para os alunos oriundos dos colégios mais caros da Zona Sul. Hoje a gente consegue formar alunos e alunas de todas as classes sociais. É bonito de ver. Mas com a redução dos repasses a gente não vai conseguir manter estes alunos. A gente precisa de assistência estudantil. De bandejão, de alojamento, sob o risco de perder estes aluno. Não podemos permitir este retrocesso. Educação não é gasto. É investimento”, disse Tatiana Roque.
A manifestação contou com a participação de cientistas, pesquisadores, estudantes e até do reitor Roberto Medronho, que estendeu as cobranças também ao Ministério da Educação.
“A missão da UFRJ é produzir conhecimento, mas sobretudo conhecimento que seja fundamental para a vida de quem mais precisa, das comunidades carentes nas regiões metropolitanas e nos rincões do nosso país. E não existe produção de conhecimento sem investimento. Nossa luta aqui não é apenas por mais repasses. Isto é o mais urgente, para a universidade não parar. Mas nossa luta é por mais investimentos também na educação do nosso país”, pediu Medronho.