A posse do novo procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, para o biênio 2025/2026, no início da tarde desta sexta-feira (17), foi marcada por um discurso forte, além de uma superlotação de presenças ilustres.
O presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (União), o governador Claudio Castro (PL) e o prefeito Eduardo Paes (PSD) marcaram presença. Assim como o ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). No auditório do MPRJ lotado, não tinha cadeira nem para secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, e para o secretario de Segurança, Victor Santos.
Os ex-governadores Luiz Fernando Pezão e Wilson Witzel também marcaram presença. Algumas pessoas fugiram deles, outras cumprimentaram.
Entre a grande concentração de deputados e delegados, o que chamava a atenção era ver promotores e procuradores em peso. O que demonstra o apoio da categoria à mudança na condução do Ministério Público.
Em um discurso forte, o novo procurador-geral disse que atribuir o crime no Rio de Janeiro somente à desigualdade social, é uma visão “ultrapassada”, e reforçou a prioridade do estado de combater facções, tráfico e milícias. Além de “qualificar e estruturar” as investigações. Para Antonio José Campos Moreira, é preciso “sair dos gabinetes e olhar para o cidadão comum”.
“O Ministério Público precisa voltar a sua origem e promover a ação penal” disse Antonio José Campos Moreira.
Trajetória
Antonio José Campos Moreira ingressou no MPRJ em 1987. É professor emérito da Fundação Escola Superior do Ministério Público e professor conferencista da Escola de Magistratura do Rio de Janeiro.
Ocupou os cargos de procurador-geral de Justiça em exercício, subprocurador-geral de Justiça, assessor-chefe da Assessoria de Assuntos Institucionais, assessor-chefe da Assessoria de Atribuição Originária Criminal, e coordenador da primeira formação do grupo das Centrais de Inquérito (1995/1996), além de chefe de Gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça. Além de titular da 1ª Procuradoria de Justiça junto à 2ª Câmara Criminal do TJRJ, e vinculado ao 1º Grupo de Câmaras Criminais.
Em sua trajetória, Antonio José atuou nos processos que resultaram na condenação da cúpula do jogo do bicho; com estouro da fortaleza de Castor de Andrade e apreensão de livros de registros de pagamento de propina a políticos, policiais, juízes e promotor; das chacinas da Candelária e de Vigário Geral; além do caso Daniela Perez, todos nos anos 1990.
Atuou também na condução da investigação e processo que resultaram na primeira condenação por formação de milícia dos irmãos Natalino Guimarães e Jerominho, deputado e vereador, chefes da milícia “Liga da Justiça“, no início dos anos 2000, entre outros processos relevantes.