As assinaturas de dois vereadores do PT numa emenda apresentada pela oposição tiraram de pauta o projeto que regulamenta o armamento da Guarda Municipal — talvez o tema mais caro ao terceiro mandato de Eduardo Paes (PSD) na Prefeitura do Rio.
E não foi a primeira vez que petistas votaram contra o governo em momentos cruciais na Câmara.
Para o deputado federal e presidente estadual do PSD, Pedro Paulo, o PT resiste a se comportar como aliado, apesar de estar à frente de três robustas secretarias municipais. E está na hora de decidir, de fato, de que lado o partido do presidente Lula vai ficar.
“É preciso estabelecer a linha que separa quem está conosco e quem não está. Porque o outro lado (os partidos que formam a base do governador Cláudio Castro, principal adversária ao projeto político de Paes para 2026) já se organizou”, disse Pedro.
O presidente do PSD ainda chama a atenção para o fato de a “deserção” dos petistas ter acontecido justamente numa pauta sobre Segurança Pública.
“Se o PT se divide nesta questão, imagine como vai ser quando estivermos no governo do estado. Porque vamos tratar a Segurança com medidas duras. Como o PT vai se comportar? Os petistas não serão ouvidos nas decisões que vamos tomar neste campo, que serão, sim, duras”, avisou Pedro.
Esta semana, com a renúncia de Thiago Pampolha ao cargo de vice-governador, a aliança PL-União-PP lançou as bases para a candidatura do presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (União), ao governo do estado. Como Paes comentou com os mais próximos, a campanha começou.
“As pessoas precisam entender que a eleição do ano que vem não será como a de 2022. Tinha partido com o Rodrigo Neves (PDT), mas alguns apoiavam Castro. No ano que vem não será assim”, avaliou Pedro.
Para o presidente do PSD, Paes perde muito pouco sem o PT.
“Em todas as pesquisas, a citação a Lula só faz perder votos. Em que o governo federal ajudou a prefeitura? Em nada. E eu ainda tenho que votar com o governo, coisa que o PT não faz aqui”, reclamou.
O deputado diz que a União vinha dificultando projetos da prefeitura para a área do Porto Maravilha. No cargo crucial para a região estava um indicado do (ainda) presidente do Republicanos, Waguinho. Uma delegação formada por ele e pelos colegas Laura Carneiro e Hugo Leal (ambos do PSD) foram pedir a troca do interlocutor “por alguém com mais diálogo” com Paes.
“Nunca pedi um cargo no governo federal. Nunca. E o que fizeram? Exoneraram o sujeito e colocaram, no lugar, um indicado por Reimont (PT)”, contou Pedro, explicando o quão difícil é a relação com os petistas.
Paes diz que os petistas, pelo menos, foram ‘coerentes’
Ainda contemporizador, Paes procurou, ao comentar a derrota na Câmara em postagens nas redes sociais, nesta quinta-feira (22), colar “na bancada Castro/Bacellar” o contrassenso de “votar contra a Guarda armada”. E disse que o PSOL e o PT, sempre contrários à ideia de armar os guardas municipais, pelo menos mantiveram a coerência.
Segundo Pedro, o prefeito tenta manter um bom relacionamento com o partido do presidente Lula, de quem se considera um amigo. Só não se sabe até quando.
Prefeito de Maricá, o mandachuva do PT do Rio, pediu suspensão dos infiéis
Vice-presidente nacional do PT (até as próximas eleições do partido, marcadas para junho) e o grande mandachuva do partido no estado, o prefeito de Maricá, Washington Quaquá, ficou revoltado com o posicionamento de Maíra do MST e de Leonel de Esquerda na Câmara do Rio.
Quaquá foi às redes sociais cobrar a suspensão dos direitos partidários dos vereadores petistas que votam contra o governo de Eduardo Paes (PSD).
“A direção municipal tem que suspender os direitos partidários dos vereadores infiéis e tirar deles todos os cargos de representação na Câmara e no partido, além de abrir processo disciplinar”, escreveu Quaquá.
O filho do prefeito de Maricá, Diego Zeidan, é o secretário de Habitação de Paes.
⚠️ *A VERDADE SOBRE A GUARDA MUNICIPAL* ⚠️
*O PREFEITO ESTÁ MENTINDO PRA VOCÊ!*
📣 *NÃO À MILÍCIA DO DUDU!*
🛑 Somos cerca de 7.000 guardas municipais concursados.
🛡️ Trabalhamos há décadas para proteger você e sua família.
💰 Ganhamos, em média, R$ 2.500 por mês.
📜 Fizemos concurso, passamos por treinamento e temos compromisso com a lei.
*O QUE O PREFEITO QUER FAZER?*
❌ Criar uma tropa armada temporária, sem concurso.
❌ Pagar R$ 13.000 por mês para 4.200 contratados.
❌ Ignorar a Guarda Municipal que já existe.
❌ Repetir um modelo inconstitucional e perigoso.
📌 Esses temporários podem ficar até 6 anos, sem estabilidade e sem controle.
🔫 Terão acesso a armas, patrulhamento e dados sensíveis.
😡 Um risco real de alimentar milícias e interesses políticos.
*SEGURANÇA PÚBLICA É COISA SÉRIA!*
🚫 NÃO queremos improviso, politicagem ou vaidade.
✅ Queremos respeito à lei, à cidade, ao cidadão e aos servidores.
📣 *DIGA NÃO À TROPA TEMPORÁRIA ARMADA!*
📣 *VALORIZE QUEM JÁ PROTEGE O RIO DE VERDADE!*
*GUARDAS MUNICIPAIS DO RIO DE JANEIRO*
*Por respeito. Por segurança. Por você.*
Pedro Paulo e Quaquá esperneando porque vereadores justos e humanos, alinhados com o juramento que fizeram ao assumir seus cargos eleitorais, não compactuam com a concretização de um plano político que sacrifica, quem muito se sacrifica pela sociedade.
É um plano maquiavélico, para criar um discurso que está fazendo algo pela segurança pública, um plano covarde.
Entendam senhores, os agentes públicos, seja ele mulher ou homem, é a parte fundamental nesta construção, não é expondo à fragilidade da indicação política, que a coisa irá funcionar.
Precarizar as relações de trabalho do agente é o caminho da desconstrução na segurança pública. É o caminho para politizar e mercadejar a segurança pública, colocando apadrinhados políticos.
E para quem não entendeu a participação do Prefeito de Maricá Quaquá, ele quer que seu filho seja o Vice de Eduardo Paes na empreitada ao cargo de governador do Estado.
Política de segurança no Município do Rio de Janeiro sendo feita ao custo de muito sangue inocente.
Temos muitas coisas absurdas nesse projeto para discutir, mas resumindo todo o projeto, o que ele diz nas linhas e entre linhas, é que os agentes são seres descartáveis e matáveis, ou seja, para uma função tão nobre e importante, podemos ser dispensados ao prazer de um chefe, ou mortos por aqueles que combateremos em serviço. E se algumas dessas coisas acontecerem, para o chefe do executivo não fará qualquer diferença.
Talvez mande uma homenagem em forma de coroa de flor.