ATUALIZAÇÃO às 18h38 para inclusão do posicionamento de Paulo Melo
Um dos alvos dos mandados de busca e apreensão do Ministério Público do Rio (MPRJ), nesta sexta-feira (25), é Paulo Melo, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Um empresário do ramo de bares também está sendo investigado.
Eles são suspeitos de participação num esquema de exploração de jogos ilegais e lavagem de dinheiro no município da Região dos Lagos. As investigações tiveram início a partir de uma denúncia que apontava a atuação de um político influente no arrendamento de máquinas caça-níqueis para bares em Saquarema.
De acordo com os investigadores, os equipamentos eram usados em estabelecimentos comerciais ligados a uma rede da cidade. O objetivo da operação é apreender dispositivos eletrônicos, celulares e documentos que possam comprovar a prática de jogos de azar e o esquema de lavagem de dinheiro.
A ação é conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ). Os mandados foram expedidos pela Vara de Organização Criminosa da Capital.
Em abril do ano passado, Melo já havia sido alvo de outra operação do MPRJ, já sob a suspeita de liderar a exploração de máquinas caça-níqueis nas cidades de Saquarema, Araruama e Rio Bonito. Segundo as apurações, ele contava com o apoio de agentes das polícias Civil e Militar no esquema.
Procurado, Paulo Melo se manifestou por meio de nota. Eis a íntegra:
“Hoje eu fui surpreendido com o Ministério Público, com uma autorização judicial, para fazer uma busca e apreensão na minha casa. Na hora, sinceramente, nem sabia do que se tratava. Mais tarde, vendo os noticiários, tomei conhecimento de que se tratava de um processo de caça-níquel.
Tenho mais de 35 anos de vida pública, nunca tive qualquer contato, jamais tive qualquer aproximação com qualquer pessoa que trabalha e que explora essa área. Esse processo se dá em virtude de denúncias vinculadas na internet por adversários meus.
Agora, tomando conhecimento de todo ocorrido, pude observar que dentre as pessoas que tiveram outras buscas, um foi candidato a vereador do lado do meu maior adversário político de Saquarema, e que usou toda a estrutura a favor de sua campanha.
É lamentável que tentem me ligar a quem tem responsabilidade e que não é do meu grupo político.
É lamentável que o Ministério Público, sem apurar nada, se preste a esse papel.
Confio plenamente na lisura do Ministério Público e estou à disposição da justiça para qualquer tipo de esclarecimento. Fico com a certeza de que nada será provado. É impossível qualquer tipo de prova, já que não existe qualquer ligação.
Esclareço ainda que o dinheiro recolhido em minha residência tem o devido lastro e como deveria ser, foi declarado no Imposto de Renda.”