Ainda falta uma semana para o início do ano legislativo na Câmara do Rio, mas os vereadores da base já estão em pé de guerra com o prefeito Eduardo Paes (PSD).
Há cerca de dez dias, foram demitidos todos os gerentes de projetos como Guardião dos Rios, das Vilas Olímpica e de programas esportivos. Indicados por parlamentares aliados ao prefeito, eles eram contratados por organizações sociais vencedoras de licitações.
Para piorar, Paes também exonerou os Gerentes Executivos Locais, os famosos GELs, o novo nome dos antigos administradores regionais. Eles eram indicados pelos vereadores para atuarem nos redutos eleitorais dos nobres, organizando a prestação de serviços públicos que, depois, seriam usados como moeda eleitoral. A indicação do GEL é um pote de ouro nas mãos de um vereador.
Objetivo de Paes seria ampliar a base
O prefeito, segundo os parlamentares, quer redistribuir poder entre os aliados — os antigos e os novíssimos. Até porque, precisa ampliar a base, se quiser mesmo se candidatar a governador em 2026. Mesmo que os políticos entendam os motivos por trás da freada de arrumação, o clima no velho Palácio Pedro Ernesto é de indignação.
“Ele precisou da nossa ajuda para vencer em primeiro turno. Mas, agora, reeleito e com a Câmara nas mãos, tira tudo o que a gente tinha na prefeitura. Vai querer renegociar em outras bases”, reclamou um dos nobres. “E o pior é que os vereadores aceitam. Porque é ruim ter o espaço reduzido, mas é pior não ter nada. Depois reclamam quando dizem que a Câmara é o “puxadinho do governo Paes”.