Autor do discurso de abertura da 1ª edição do GRI Rio 2025, nesta quinta-feira (27), o prefeito Eduardo Paes (PSD) anunciou, no evento, um plano ousado: disse que a prefeitura vai pagar a conta da recuperação dos casarões abandonados, uma das mais antigas mazelas urbanas do Rio de Janeiro.
E deu spoiler.
A ideia é desapropriar um quarteirão inteiro de casarões abandonados, determinando o valor por metro quadrado. Quem participar dessa desapropriação — na modalidade hasta pública, como no caso do Gasômetro para a construção do Estádio do Flamengo— vai levar o dinheiro da prefeitura para investir e fazer as obras necessárias à recuperação do casario.
Segundo o prefeito, só vai poder participar, claro, quem tiver um projeto para o uso do imóvel, de forma residencial ou mista — que seja sustentável economicamente.
“Nós vamos lançar, muito em breve, um plano ousado e a prefeitura vai pagar a conta da reconstrução desses imóveis que estão aí caindo, num Centro que não é só do Rio de Janeiro, é um centro histórico do Brasil. Vamos aportar recursos públicos ali. Eu quero comprar um quarteirão inteiro, pagar a obra pra que o setor privado venha”, disse.
Proposta dos casarões não será a única ousadia de Paes
O GRI Rio 2025 apresentou as principais perspectivas do mercado imobiliário carioca, a partir da visão e da estratégia dos principais tomadores de decisão do setor. Foi organizado pelo GRI Club, maior clube de relacionamento e negócios em real state do mundo.
Depois da abertura, Paes ainda ficou para o painel “Visão da Faria Lima — O Rio está no radar dos grandes investidores? O que está mudando na atratividade da cidade?”. E disse que pretende mesmo ousar, e trazer grandes projetos para o Rio. Conclamou os empresários a aderirem à ideia.
“Ousem nos projetos. Pode pensar a ideia mais maluca do mundo. Se ela trouxer valor para a cidade, traz pra prefeitura, traz direto pro prefeito. Se achar que a turma lá está, você sabe, está interpretando muito, está com divagações… “, disse.
No evento, muitos empresários — entre eles, os presidentes do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-Rio), Cláudio Hermolin, e da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), Marcos Saceanu.
Rio está atrasado na recuperação pós-pandemia
Na visão dos empresários paulistas, o Rio tem um delay de 3 a 4 anos em relação a São Paulo. Um exemplo: o Rio cresce 2% ao ano na ocupação de escritórios, enquanto São Paulo cresce 3,5%.
“Mas é um crescimento linear e o mercado está em expansão. É parte do processo de recuperação da pandemia, quando houve uma queda muito grande. Mas é linear no sentido crescente. Não tem queda, só expansão”, explicou Marcelo Gonçalves, sócio-consultor da Brain Inteligência Estratégica, que pesquisa e analisa os dados do setor imobiliário.