Com uma postagem nas redes sociais, o prefeito Eduardo Paes (PSD) afirmou que não vai acatar a recomendação do Ministério Público Federal e da Defensoria Pública para que a administração municipal não remova camelôs da região da Uruguaiana, no Centro.
O prefeito anunciou a remoção no dia 28 de fevereiro. Desde então, a Secretaria municipal de Ordem Pública e a Polícia Militar vêm fazendo operações e encontrando, entre os ambulantes, quem venda de produtos roubados — como celulares.
“Quem já teve celular roubado no Rio e tem possibilidade de ver a localização sabe para onde vai: Uruguaiana! Mas mesmo assim eles “recomendam”! Recomendação não acatada. Mas que é difícil, isso é! Seguimos. Manda brasa, Brenno Carnevale”, disse o prefeito na postagem, referindo-se ao secretário municipal de Ordem Pública.
Na recomendação, o procurador Júlio José Araújo Júnior e a defensora Maria Júlia Miranda pedem que a administração municipal adie a remoção até a conclusão dos estudos sobre os camelôs que hoje trabalham no local; forneça a lista de ambulantes cadastrados; e explique como chegou ao número de 75 ambulantes que poderão ficar na Uruguaiana.
No último dia 3, dos 199 camelôs cadastrados, 79 foram considerados inaptos por venderem produtos não contemplados pela legislação e 120 aptos. Destes, 75 foram sorteados para trabalhar legalmente na região. O MPF aponta falta de transparência no processo e lembra que, segundo o movimento de trabalhadores, apenas três estrangeiros que atuam na área foram considerados aptos para continuar na Uruguaiana.