O dicionário já reconhece o sentido menos literal, porém bem comum, da palavra “gato”: ligação ilegal, clandestina, feita para que o consumo do bem fornecido não seja registrado na conta.
Mas, engana-se quem pensa que os gatinhos nossos de cada dia sejam só os vira-latas e rastaqueras, de vez em quando flagrados pelos órgãos de fiscalização.
Os gatos com pedigree somam milhões em furtos, registrados pelas concessionárias. Só no caso da Águas do Rio, as irregularidades cometidas por quem pode pagar — mas tenta escapar do boleto — já chegam a quase 900 notificações. Em 2025.

O gato de rico, em números
- Na Zona Sul do Rio, 1.354 notificações foram emitidas pela concessionária Águas do Rio, desde janeiro de 2024, para grandes consumidores, como shoppings, condomínios e hotéis. As multas, no período, somam R$ 14,6 milhões.
- Entre os principais tipos de fraude estão o uso de caminhões-pipa clandestinos, a manipulação de hidrômetros com objetos que impedem a leitura e o by-pass (desvio da rede de água para evitar a medição do consumo).
- A fiscalização tem sido intensificada: só em 2025, 894 dessas notificações foram aplicadas, o que representa 66% do total.