O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil do RJ fazem, nesta terça-feira (19),uma operação contra traficantes que dominaram cinco condomínios em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) e da 60ª DP (Campos Elísios) cumprem seis mandados de prisão e cinco de busca e apreensão contra a organização criminosa.
Segundo as investigações, os criminosos roubam, torturaram e expulsavam moradores que não seguissem suas regras. Além disso, já teriam matado um síndico que se recusou a pagar a taxa.
Os conjuntos invadidos pelo tráfico ficam na Estrada do Calundu, no bairro Nossa Senhora do Carmo. Os 6 alvos foram denunciados pelo Gaeco à Justiça pelos crimes de organização criminosa, tortura e roubo majorado.
Investigações
De acordo com o Gaeco, os denunciados expulsaram os síndicos e colocaram pessoas de sua confiança na administração dos condomínios Volterra, Rotonda, Parma, Pádua e Bolzano, tudo de forma a aumentar os ganhos financeiros da organização criminosa.
O processo aponta que, no ano de 2022, os condomínios eram dominados por paramilitares chefiados pelo miliciano Joel Carvalho, conhecido como Baby. Entretanto, traficantes da Comunidade Barro 3 passaram a ter o domínio do crime organizado na localidade.
Com isso, Leandro dos Santos Sabino, o Flamengo, passou a exercer o tráfico de drogas, controle da venda de gás e controle de serviços de distribuição de água, iluminação, internet, tv a cabo, bem como cobrar taxas dos moradores.
Ainda segundo a inicial da ação penal, para manter o domínio no local, os traficantes também praticam roubos de carga, extorsões, torturam moradores, expulsam os mesmos de suas residências e matam quem ousa contrariar seus interesses.
Crimes
A denúncia traz ainda dois episódios de violência. Um deles ocorreu em julho de 2023, com a morte do síndico de um dos condomínios, que se recusou a pagar taxas para os traficantes, pois alegava que tinha custos e funcionários para pagar. O homicídio citado na denúncia é objeto de investigação pelo MPRJ.
O outro crime ocorreu em setembro de 2023, ocasião em que os denunciados, armados, constrangeram e ameaçaram membros de uma família que resolveu mudar-se da localidade em razão da violência. Os criminosos agrediram as vítimas com golpes de madeira, martelo, socos e chutes. Também as obrigaram a entregar seus aparelhos de celular com senha, para provar aos criminosos que não eram delatores, incendiaram a moto de um dos membros da família e roubaram mais de R$ 1 mil deles.
A organização criminosa denunciada também é apontada como responsável pelo conflito armado com traficantes e milicianos da localidade, ocorrido em setembro de 2023, que levou pânico aos moradores da região. Em meio às trocas de tiros, ao menos dois ônibus e três carros foram incendiados.