O Ministério Público do Rio (MPRJ) instaurou novas ações contra policiais militares acusados por crimes durante a operação policial que deixou mais de 120 mortos na Penha e no Alemão. As denúncias, apresentadas nesta segunda (01), acusam seis agentes por diferentes crimes, incluindo violação de domicílio e roubo de fuzil. As acusações novamente se baseiam em registros feitos por câmeras operacionais portadas pelos próprios PMs.
Segundo o MP, as imagens das câmeras corporais flagraram um grupo de policiais usando um alicate para invadir duas casas. Eles reviraram cômodos e ameaçaram um morador no local, de acordo com a ação.
Os mesmos agentes também são acusados de roubar um celular e um fuzil abandonados por criminosos em fuga. O áudio gravado pelas câmaras indica que os policiais planejaram como iriam desmontar e esconder o armamento enquanto atuavam na operação. A principal linha de investigação é de que eles podem ter roubado a arma para revendê-la a criminosos.
MP denuncia sargento que tentou impedir câmera corporal de filmar ação em dez ocasiões
Outro agente citado nas ações desta segunda (02) é um sargento que teria tentado impedir que sua câmera corporal registrasse suas atividades durante a ação. As investigações identificaram dez tentativas de impedir que o material registrasse suas ações. Além de tentar retirar a bateria do dispositivo, ele teria deixado a câmera fora do campo de ação policial — o que impediu o registro de aproximadamente cinco horas de operação.
O MP não confirmou a identidade dos agentes citados, mas alguns deles já eram alvos de outras ações instauradas pelo órgão. Agora, o total de agentes denunciados pelo Ministério Público chega a nove. Cinco desses policiais já foram presos pela Corregedoria da Polícia Militar na última sexta (28), em uma ação que também cumpriu mandados de busca contra outros cinco agentes que não foram presos. Tanto a Corporação como MP seguem investigando as imagens de câmeras e evidências da operação.

