O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou o padre Alexandre Paciolli Moreira de Oliveira pelos crimes de importunação sexual e estupro de vulnerável, cometidos contra uma mesma mulher, em agosto de 2022 e janeiro de 2023, respectivamente, em Nova Friburgo, Região Serrana. Ele foi preso na tarde desta quarta-feira (03), em Fortaleza (CE), na casa de seu pai.
A denúncia oferecida em 26 de março, baseada em investigações da Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Nova Friburgo, destaca que o “líder religioso se utilizou da ingenuidade e da fé da vítima. Sob o pretexto de estar sentido fortes dores, ele passou a praticar atos libidinosos com a mulher, que não conseguiu oferecer resistência por considerá-lo seu sagrado protetor”.
O texto também destaca que o padre Alexandre Paciolli é um líder religioso carismático, conhecido e influente. Ele foi reitor da Igreja da PUC/RJ, responsável pela Igreja de São José, na Lagoa, Zona Sul do Rio, e apresentador de programas de televisão na TV Canção Nova, onde tinha um programa dedicado ao público feminino, o “mulheres de fé”. Fundador da Comunidade Olhar Misericordioso, o padre alcança cerca de 200 mil pessoas pela comunidade e redes sociais.
A pedido do MP, a 1ª Vara Criminal de Nova Friburgo expediu mandado de prisão preventiva contra o religioso, que foi cumprido no Ceará, onde estava na casa de seu pai. A captura do padre foi possível pela ação conjunta entre a Promotoria de Investigação Penal de Nova Friburgo, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Nova Friburgo e a Delegacia de Narcóticos (Denarc), da Polícia Civil do Ceará.
Segundo o Ministério Público, outras vítimas já tinham denunciado o padre e existem mais investigações policiais em curso, em diferentes comarcas do estado. O MP se coloca à disposição de outras eventuais vítimas de Alexandre Paciolli Moreira de Oliveira, através de seus canais de atendimento pelos telefone 127 (ligação gratuita no Rio de Janeiro) e 21 3883-4600 (demais localidades), de segunda a sexta-feira, em dias úteis, das 08h às 20h, ou pelo formulário da ouvidoria, para dar início a novas investigações.