O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou o casal que usou fotos de uma criança com câncer para criar uma “vaquinha” virtual fraudulenta. O casal Tainara Ribeiro Subtil e Luiz Antonio dos Santos Barbosa responderão pelos crimes de falsificação e uso de documento falso.
Na denúncia, o promotor de Justiça Sauvei Lai narra que Tainara e Luiz Antonio conseguiram gerar comoção pública após criarem um perfil falso em rede social, onde postaram fotos de uma criança, bem como de um documento médico falso que atestava ser a menina portadora de doença grave (câncer).
“Embora a criança exibida na campanha exista e seja doente, ela não tinha nenhum vínculo com os dois estelionatários, que recolheram para si todo o dinheiro arrecadado. Os denunciados são criminosos habituais e já atuaram com o mesmo modus operandi, criando campanha fraudulenta de arrecadação de fundos para um falso tratamento de outras crianças”, disse o promotor.
A promotoria ressaltou que esse tipo de delito gera desprestígio de campanhas legítimas e que, esse contexto aumenta o potencial lesivo desse golpe, diferenciando-se das corriqueiras falsificações e fomentando a desconfiança do público sobre campanhas destinadas a fins lícitos e filantrópicos.
Relembre o caso
O motorista de aplicativo Luiz Antonio dos Santos Barbosa e a mulher Tainara Ribeiro Subtil usaram fotos da menina Nicole, de 8 anos, que tem câncer e faz tratamento Aracaju (SE), para criar o perfil “Todos pela Laura”. Eles atualizavam o estado de saúde da menina para sensibilizar ainda mais doares. A vaquinha arrecadou quase R$ 35 mil, mas o dinheiro não foi para a criança doente.
A farsa foi descoberta e denunciada pela irmã de Luiz Antonio. A taxista Stephani Santos Barbosa começou a desconfiar do irmão e da mulher, que passaram a ostentar luxos que pareciam incompatíveis com o padrão de renda do casal. Num churrasco em família, Stephani viu a cunhada mexer no perfil “Todos pela Laura”.
Ao investigar a história, descobriu a identidade da verdadeira criança e contou para a família de Nicole. A irmã do suspeito também descobriu que um laudo médico falso estava sendo usado para tentar dar veracidade à história e alertou a médica que teve o CRM usado na farsa. A oncologista também registrou ocorrência.
Tainara admitiu ter feito a vaquinha falsa, mas alegou ter agido sozinha. Segundo ela, o marido não sabia de nada. A advogada Lívia Madeira, que representa o casal, disse que Taiara planejou a farsa por estar com problemas financeiros.