O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes homologou, nesta terça-feira (19), a delação do ex-policial militar Ronnie Lessa nas investigações da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, assassinados há seis anos.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, confirmou a homologação em coletiva de imprensa, na sede do Ministério da Justiça: “Esta colaboração premiada traz elementos importantíssimos que nos levam a crer que, brevemente, teremos a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco”, declarou Lewandowski.
O caso “subiu” para o STF no último dia 14 de março, depois de surgir a possibilidade de suposto envolvimento de pessoa com foro privilegiado. A investigação é feita no Supremo quando há suspeita de participação de autoridades, como presidente, vice-presidente, ministros de Estado, senadores, deputados federais, integrantes dos tribunais superiores, do Tribunal de Contas da União e embaixadores.
A colaboração de Lessa, preso há quase cinco anos pelo envolvimento no crime, foi fechada há duas semanas coma Polícia Federal e com a Procuradoria-Geral da República (PGR), onde citou como supostos mandantes dos crimes uma autoridade que não estava no exercício da função na época dos homicídios.
Lessa está na penitenciária federal de Campo Grande (MS) e responde a dez ações penais, que incluem homicídios e tráfico de armas. Pela delação, ele acordou uma espécie de unificação de sentenças, que fique em entre 20 e 30 anos de prisão, e que vai cumprir o regime fechado em penitenciária do Rio de Janeiro.
Outros envolvidos
Marielle e Anderson foram assassinados na noite de 14 de março de 2018, quando o carro onde estavam foi fuzilado, no bairro do Estácio. Dois acusados dos homicídios, os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, foram presos em março de 2019. Lessa é suspeito de ter efetuado os disparos e Queiroz, de conduzir o carro usado no assassinato.
Um terceiro homem, o ex-bombeiro Maxwell Simões Correia, foi preso no ano passado, depois de uma delação premiada de Queiroz, que o apontou como responsável por monitorar as movimentações de Marielle. Em janeiro deste ano, o mecânico Edilson Barbosa dos Santos foi preso, suspeito de ajudar a se desfazer do carro usado no crime.