Após a delação premiada de Ronnie Lessa ser homologada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes nas investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco, a defesa do acusado anunciou que está abandonando o caso.
Os advogados Fernando Santana e Bruno Castro alegaram que “por ideologia jurídica, nosso escritório não atua para delatores”. Eles faziam a defesa de Lessa em mais de 10 processos, que incluem homicídio e contabando de armas.
“Desde o primeiro contato deixamos claro que ele não poderia contar com o escritório caso tivesse interesse em fechar um acordo de delação premiada. Talvez, não por outro motivo que nós não fomos chamados por ele para participar do processo de delação firmado. Nesse cenário, apresentaremos renúncia ao mandato em todos os doze processos que atuamos para ele, ou seja, a partir de hoje não somos mais advogados de Ronnie Lessa”, afirma a nota.
A colaboração de Lessa, preso há quase cinco anos pelo envolvimento no crime, foi fechada há duas semanas coma Polícia Federal e com a Procuradoria-Geral da República (PGR), onde citou como supostos mandantes dos crimes uma autoridade que não estava no exercício da função na época dos homicídios.
Como ele citou o envolvimento de uma pessoa com foro privilegiado, o caso “subiu” para o STF no último dia 14, quando o assassinato completou 6 anos.
A investigação é feita no Supremo quando há suspeita de participação de autoridades, como presidente, vice-presidente, ministros de Estado, senadores, deputados federais, integrantes dos tribunais superiores, do Tribunal de Contas da União e embaixadores.