O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta segunda-feira (28), da inauguração da Usina Termelétrica GNA II, no Porto do Açu, em São João da Barra, no Norte Fluminense. A nova usina foi selecionada como estratégica no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), atraindo R$ 7 bilhões em investimentos e gerando mais de 10 mil empregos.
As informações são da Agência Brasil.
O empreendimento integra o maior parque de geração a gás natural da América Latina, com 3 gigawatts (GW) de capacidade instalada — somando a GNA I, em operação desde 2021, e, agora, a GNA II. Com capacidade de 1,7 GW, a nova termelétrica representa cerca de 10% da geração a gás natural da matriz elétrica nacional, suficiente para abastecer 8 milhões de residências.

Importância do Estado para garantir estabilidade
Durante a cerimônia, Lula destacou a importância do Estado como garantidor da estabilidade e previsibilidade necessárias para atrair investimentos ao país:
“Eu não conheço nenhum empresário ou investidor estrangeiro que vai investir num país que ele não acredite na política do país, na economia do país e nas coisas que estão acontecendo no país. Ninguém joga dinheiro fora, muito menos quem tem muito dinheiro”, afirmou.
GNA e o governo federal assinam carta de intenções
A Gás Natural Açu (GNA), responsável pelas usinas, é uma empresa formada pela associação entre Prumo Logística, bp, Siemens Energy, Siemens AG e SPIC Brasil. Durante o evento, a GNA e o governo federal assinaram uma carta de intenções para fomentar o mercado brasileiro de gás natural.
Segundo o governo, a parceria tem potencial de atrair até R$ 20 bilhões em investimentos para o Plano Nacional Integrado de Infraestruturas de Gás Natural e Biometano.
“A iniciativa reforça a estratégia para a transição energética e a consolidação do Porto do Açu como hub de gás e energia do país”, afirmou Lula.
Defesa da soberania brasileira
Além da inauguração, o presidente voltou a defender a soberania brasileira sobre os chamados minerais críticos e declarou que as riquezas do país devem ser usufruídas pelo povo brasileiro. Lula criticou o crescente interesse dos Estados Unidos nesse tipo de recurso e afirmou que empresas privadas poderão atuar na exploração, mas “sob o nosso controle”.
“Eu fiquei sabendo que os Estados Unidos vão ajudar a Ucrânia [na guerra contra a Rússia], mas estão querendo ter privilégio nos minerais críticos da Ucrânia. Esses dias eu li que os Estados Unidos têm interesse nos minerais críticos do Brasil. Ora, se eu nem conheço esse minério, e ele já é crítico, eu vou pegar ele para mim. Por que que eu vou deixar para outro pegar?”, argumentou Lula.
O que são minerais críticos
Minerais críticos — ou minerais de terras raras — são recursos cuja disponibilidade é limitada, mas considerados essenciais para a transição energética.
Eles são indispensáveis na fabricação de equipamentos e componentes relacionados à energia limpa: cobre (usinas eólicas), silício (painéis solares), níquel e lítio (baterias), bauxita e alumina (cabos de transmissão), entre outros.