A eleição que consagrou Netinho Reis (MDB) como próximo prefeito de Duque de Caxias, com 243.850 votos, ganhou um novo capítulo. Fabiane Lourival, candidata a vereadora na cidade pelo PSOL, denunciou à Justiça Eleitoral Netinho; sua vice, Aline do Áureo (SDD); e o atual prefeito Wilson Reis (MDB); por possíveis atos de abuso de poder político e econômico para favorecer a candidatura da chapa de Reis.
A juíza Juliana Kalichsztein, da 126ª Zona Eleitoral, aceitou a denúncia, abriu uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral, e mandou citar os denunciados.
Na denúncia, Fabiane afirma que obras públicas foram supostamente inauguradas após o dia 6 de julho de 2024, beneficiando diretamente a chapa. Além disso, ela lembra a prisão do dentista Eduardo Penha Ribeiro, flagrado com quase um milhão de reais em espécie durante da campanha eleitoral na cidade. O acusado tinha contratos com a prefeitura — o que, segundo a autora, indica possível abuso de poder econômico em favor dos candidatos investigados.
A Justiça Eleitoral, no entanto, ainda não atendeu ao pedido de liminar para a cassação imediata do registro de candidatura de Netinho. A juíza argumentou que, neste momento, faltam provas suficientes para justificar uma decisão tão drástica. Em vez disso, Netinho e os outros envolvidos receberam um prazo de cinco dias para responderem formalmente às acusações e apresentarem documentos e testemunhas.
O Ministério Público Eleitoral manifestou apoio ao indeferimento da liminar, afirmando que a cassação imediata só se justifica após uma investigação completa e provas consistentes. Por enquanto, o processo está no começo e vai permitir que ambas as partes apresentem seus argumentos.
Caso as suspeitas sejam confirmadas, Netinho e Aline podem ser declarados inelegíveis. O que abriria caminho para uma nova eleição em Duque de Caxias.