A polêmica envolvendo os R$ 2,618 bilhões do Rioprevidência investidos no Banco Master, liquidado extrajudicialmente pelo Banco Central nesta terça-feira (18), respingou até mesmo na sessão da Câmara do Rio. As críticas vieram dos vereadores Pedro Duarte (Novo) e Paulo Messina, este último filiado ao mesmo PL do governador Cláudio Castro.
O debate surgiu a partir de dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), que mostraram que, até julho, o conglomerado detinha um quarto dos recursos do fundo estadual, equivalente a R$ 2,618 bilhões. Assim, com a liquidação do banco, parte desses valores pode enfrentar dificuldade de recuperação.
‘Safadeza’, disparou Messina em críticas ao Rioprevidência
Mesmo sendo do PL de Castro, Messina classificou como “safadeza” a aplicação no Banco Master feita pelo Rioprevidência, responsável pelo pagamento de aposentadorias e pensões a 235 mil servidores inativos do estado. Ele ainda alfinetou o governo por ter decidido investir em um conglomerado “cheio de papel falsificado sem nenhum lastro, que rendia menos que a poupança”.
“Está com toda cara de má-fé. Não foram colocados ali títulos, não foram colocados ali imóveis. Foi colocado dinheiro, 25% da liquidez. Isso é uma bomba que, se explodir, vai ter prejuízos graves para o servidor no futuro e para a população, porque o Tesouro é garantidor do dinheiro da previdência”, afirmou.
‘Se tiver o rombo, se for deficitário, o Tesouro vai ter que pagar’
O vereador enfatizou que não se pode apostar nem arriscar com dinheiro público, pois, na sua avaliação, quem paga a conta é sempre o cidadão.
“Se tiver o rombo, se for deficitário, o Tesouro vai ter que pagar. Por ‘Tesouro’ leem-se todos os contribuintes, serviço de saúde e educação, faltando insumo, faltando profissional, toda a população vai sofrer por essa safadeza. Vamos falar português claro: safadeza, safadeza. ‘Ah, investir enganado’. Pelo amor de Deus! Não tem bobo aqui!”, detonou.
Duarte afirmou que vai acionar o Ministério Público
Quem também não poupou críticas foi Duarte, que considerou um “rombo no Rioprevidência” e afirmou que vai oficiar o Ministério Público do Rio (MPRJ) e o Ministério Público Federal (MPF) em relação à aplicação bilionária do fundo estadual.
“Brincaram com o dinheiro dos aposentados e pensionistas do estado. O TCE já tinha notificado o governo para que não continuasse a fazer investimentos no Banco Master, mas, mesmo depois disso, mais R$ 1 bilhão foi investido. Todo mundo sabia que essa instituição vinha com problemas financeiros”, finalizou.

