Uma certeza já é real na política do Rio: ou o deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem não será mais candidato a prefeito do Rio pelo PL, ou o vereador Carlos Bolsonaro não será mais o coordenador da campanha.
Ambos estão enterrados até o pescoço no escândalo da Abin Paralela — sobre as bisbilhotices ilegais da agência durante o governo de Jair Bolsonaro. No curso das investigações, o contato entre eles tende a ser proibido — a exemplo do que aconteceu com o pai e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. A possibilidade (mais que concreta) já está no radar do partido.
O PL está mesmo numa enrascada. A super aliança em torno de seu candidato — que chegou a ser posta na mesa pelo governador Cláudio Castro como uma exigência aos partidos de sua base — já foi pelos ares.
Na tarde desta quinta-feira (15), o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, confirmou a candidatura do deputado federal Otoni de Paula. À noite, o PP (também com a presença do presidente nacional, Ciro Nogueira), lançou a candidatura do deputado federal Marcelo Queiroz.
Em março, o presidente da Assembleia, Rodrigo Bacellar, assume a presidência do União Brasil no Rio. Até a estátua de Tiradentes que fica diante do palácio legislativo especula que, em seguida, ele lance a candidatura de Rodrigo Amorim.
Se Ramagem cair do posto, só restará ao PL lançar o senador Carlos Portinho — que ganhará a candidatura como prêmio por sua persistência, embora só tenha sido, efetivamente, testado nas urnas em 2016, quando recebeu sete mil votos para vereador e não foi eleito.
Diante de tamanha fragmentação, analistas políticos e de pesquisas eleitorais dizem que não será surpresa se o gigante desmantelado PL não conseguir chegar nem em segundo na corrida eleitoral de outubro.