O ano de 2025 chegou e trouxe consigo uma limpa daquelas na RioEventos. Segundo levantamento do vereador Pedro Duarte (Novo), a partir de 6 de janeiro deste ano, o atual presidente, Pierre Alex Domiciano Batista, começou a demitir parte dos funcionários e, até agora, 34 pessoas foram dispensadas, o que representa 16% do total de empregados.
Contudo, chama atenção que apenas um novo funcionário foi contratado para “repor” esses demitidos, o que, segundo o vereador, reforça a ideia de que muitos desses cargos não eram necessários. Em julho de 2022, a folha de pagamento da RioEventos chegou a R$ 1,5 milhão com 218 funcionários registrados.
Ainda de acordo com Duarte, a RioEventos funcionava em uma pequena sala na Rua Maia de Lacerda, no Estácio, onde mal cabiam 20 pessoas trabalhando ao mesmo tempo. Além disso, o vereador afirmou que muitos desses funcionários apareceram em redes sociais pedindo votos para candidatos ligados ao PSD, partido do prefeito Eduardo Paes.
“Isto levanta suspeitas de que a empresa foi usada para fins eleitorais”, disse Pedro Duarte.
Custo alto
Até dezembro de 2024, a RioEventos seguiu com um alto número de funcionários, totalizando 217 empregados com um custo mensal de R$ 2 milhões, cerca de R$ 24 milhões por ano. Para comparar, a Fundação Parques e Jardins, que cuida de todos os parques e áreas verdes da cidade, tem apenas 108 funcionários, ou seja, metade do número de empregados da RioEventos.
Ainda segundo Duarte, entre os funcionários demitidos, um caso que chama atenção é o de Yuri Osorio de Oliveira. Ele foi contratado em março de 2023 com um salário de R$ 12 mil na RioEventos e, em 9 de janeiro, foi nomeado para o gabinete do vereador eleito Flavio Pato (PSD), que já foi gestor da GEL de Curicica.
“Esse tipo de movimentação aumenta as suspeitas de que a RioEventos é usada para abrigar aliados políticos e apoiadores do governo”, concluiu o parlamentar.
Cobrança de Explicações
Diante de tudo isso, Duarte enviou um ofício ao prefeito Eduardo Paes e ao presidente da RioEventos, Pierre Batista, pedindo explicações sobre a lotação dos funcionários, as demissões e o uso de recursos públicos na empresa.
Segundo o vereador, “A falta de transparência e as irregularidades na RioEventos continuam levantando dúvidas sobre o real propósito da empresa e sua ligação com interesses políticos”.