Tem sobrenome conhecido circulando de novo nos corredores do poder — mas, desta vez, do lado de cá da ponte. Leonardo Rocha Lupi, filho do ministro Carlos Lupi (PDT), foi nomeado para o cargo de Subsecretário de Relações Institucionais da Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio. O ato, assinado pela Casa Civil, consta na resolução “P”, número 662, e tem validade retroativa a 25 de março.
Leonardo já tinha aparecido nas páginas da política fluminense em 2022, numa reportagem da TV Globo sobre a presença de parentes de políticos na Prefeitura de Niterói. Na ocasião, o Ministério Público cobrava transparência nos salários pago aos estrelados, mas os valores permaneciam sob sete chaves.
Agora, Leonardo deixa o bastidor niteroiense e desembarca com DAS-10 no Palácio da Cidade, em uma secretaria com impacto direto nas políticas sociais — e, claro, com grande potencial de capital político. Não é ano eleitoral, mas a movimentação não deixa de levantar sobrancelhas.
Enquanto a ponte liga geografias, também conecta trajetórias políticas.
Lupi, o pai, também foi nomeado várias vezes na prefeitura
O próprio Lupi, o ministro, também foi um servidor público municipal do Rio — ao menos, no papel. Estatutário desde 1985 — numa época em que não era obrigatório concurso público para a criação do vínculo —, ele era servidor da mesma Secretaria de Desenvolvimento Social. Mas passou boa parte do tempo lotado no gabinete do Secretaria de Trabalho — como convém a um trabalhista — e em outros órgãos, fora da prefeitura, quase sempre comandados por pedetistas.
O então prefeito Eduardo Paes chegou a anunciar a nomeação de Lupi na Articulação Política da Prefeitura do Rio, em 2012, quando o pedetista deixou o Ministério do Trabalho afundado em denúncias. Mas, diante das reações, desistiu.
Lupi, então, deveria ter retomado suas funções de servidor — mas pediu 11 meses de férias. É que, mesmo cedido a outros órgãos (inclusive ao ministério), ele acumulou… férias!
Em outubro de 2015, acabou nomeado no cargo que Paes havia anunciado e se tornou coordenador de Articulação Política. Em 2018, pediu a aposentadoria. Os funcionários do Centro Administrativo São Sebastião passaram então a “não ver” Lupi na casa oficialmente.