Amigos e familiares de Herus Guimarães Mendes, de 24 anos, fizeram uma festa junina em homenagem ao jovem, nesta quarta-feira (18), na favela do Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio. Ele foi baleado e morreu no último dia 7, durante uma operação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), enquanto participava de uma celebração junina no mesmo local.
A tradicional Quadrilha João Danado decidiu manter o evento, que chegou a ser cogitado para cancelamento. Integrantes se apresentaram com cartazes com mensagens como “Favelado não é bandido” e “Herus vive”.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e pelo Ministério Público (MPRJ). Doze policiais foram afastados e prestaram depoimento. Além disso, foram exonerados o coronel Aristheu de Góes Lopes, comandante do Bope, e o coronel André Luiz de Souza Batista, do Comando de Operações Especiais (COE).
Um dos ouvidos, o sargento Daniel Sousa da Silva, do Bope, afirmou ter sido o único a efetuar disparos. Segundo ele, foram 20 tiros, divididos em dois momentos, em resposta a supostos disparos de traficantes — o que contradiz a primeira nota da PM, que afirmava não ter havido troca de tiros.
No depoimento, o sargento não mencionou a realização da festa junina na favela naquela noite.
Médicos do Hospital Glória D’Or retiraram um projétil de fuzil quase intacto do corpo de Herus. A bala será usada na perícia, que vai comparar o projétil com as armas utilizadas pelos policiais para determinar de onde partiu o disparo que matou o jovem.