Cristiane Izidoro, que desde janeiro ocupa o cargo de subsecretária executiva na Secretaria de Trabalho e Renda da Prefeitura do Rio, foi designada, em março, suplente no Conselho Municipal dos Direitos da Criança.
Para quem não está ligando o nome à pessoa, ela foi a principal assessora do agora ex-vereador Jairinho — e testemunha de defesa do moço no caso Henry Borel. Também esteve no apartamento do chefe para acompanhar a faxina após a morte do menino.
Acusado da morte de Henry, Jairinho está preso desde 2021, aguardando julgamento.
Mas Cristiane, ao que tudo indica, não passou muito tempo sem um lugar quentinho para chamar de seu. Um mês depois da prisão do chefe, quando a Câmara decidiu dissolver o gabinete dele (e exonerar os comissionados), ela foi nomeada assessora de Dr. Gilberto (SDD). E lá permaneceu até janeiro — quando deixou o cargo para bater ponto na Prefeitura do Rio.
Pai de Henry diz que designação de braço-direito de Jairinho é inaceitável
No mesmo momento em que Cristiane Izidoro deixava a Câmara do Rio, quem chegava era o recém-eleito vereador Leniel Borel (PP), pai de Henry. Leniel, claro, não gostou nem um pouquinho da designação da moça justamente para uma entidade tão simbólica na luta pelas crianças.
“É inaceitável que a ex-braço-direito de Jairo, apontada como peça-chave na blindagem dos assassinos do meu filho, ocupe hoje um cargo ligado à defesa das crianças na gestão Eduardo Paes. Isso só prova a influência que Jairo ainda opera, mesmo de dentro da cadeia. Essa nomeação não é apenas um escárnio — é uma afronta à memória do Henry e a todas as famílias que lutam por justiça”, disse o pai do menino.

