A Polícia Civil e o Gaeco, do Ministério Público do Rio (MPRJ), iniciaram, nesta quarta-feira (30), a “Operação Clã Roncalli”, com o objetivo de desarticular um esquema de lavagem de dinheiro ligado à milícia que atua em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Segundo os agentes, a organização criminosa movimentou mais de R$ 8 milhões em pouco mais de um ano, sem comprovação de origem lícita.
As investigações da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) revelaram grandes movimentações financeiras incompatíveis com as rendas declaradas dos envolvidos e realizadas em um curto período. A quadrilha era liderada pelo chefe da milícia dos bairros Babi e Sargento Roncalli.
“Nossas forças de segurança atuam duramente para combater a criminalidade no estado. As operações contra a lavagem de dinheiro fazem parte da estrutura de inteligência para asfixar as organizações criminosas, com bloqueios financeiros e apreensões de bens. O prejuízo monetário é essencial para enfraquecer e desarticular as bases econômicas das milícias e reduzir a capacidade de expansão territorial”, afirmou o governador Cláudio Castro (PL).
As autoridades também identificaram que membros do grupo usavam distribuidoras de gás e empresas de internet como fachada para inserir no mercado formal recursos oriundos de extorsões, tráfico de drogas e homicídios. Além disso, ex-militares das Forças Armadas, que alegavam rendas entre R$ 1,6 mil e R$ 3 mil, realizaram transações bancárias de centenas de milhares de reais, com repasses diretos a pessoas ligadas ao chefe miliciano.
O esquema também envolvia familiares próximos e laranjas, que ajudavam a ocultar a origem ilícita dos recursos. Investigadores descobriram que parte da receita proveniente da venda de gás e da prestação de serviços de internet na região era destinada ao financiamento das atividades criminosas.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, o grupo usava táticas sofisticadas de lavagem de dinheiro, como o fracionamento dos depósitos e o uso de empresas, familiares e terceiros para mascarar a origem e o destino dos recursos. As atividades comerciais eram disfarçadas, dificultando a identificação dos fluxos ilícitos.
“A operação é resultado de uma investigação profunda, que revelou o esquema de lavagem de dinheiro da milícia. Esta é mais uma ação em que agimos de forma eficiente, atacando os recursos financeiros das organizações criminosas”, explicou o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi.