Acusado pelo crime de receptação, José Carlos Firmino Júnior, dono da casa de shows Casarão do Firmino, teve a prisão mantida pela Justiça do Rio.
Firmino foi preso na última sexta (10) pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) dentro do espaço onde são feitas rodas de samba, na Lapa. Contra ele havia um mandado de prisão em aberto, expedido pela 10ª Vara Criminal do Recife, do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco (TJPE), pelo crime de receptação de um caminhão roubado.
A ocorrência se deu em 2009, em São José, bairro de Recife, capital de Pernambuco. Após o roubo, Firmino adquiriu o caminhão modelo Mercedes-Benz para fins de trabalho. Depois, passou a vender suas peças. O acusado descumpriu medidas cautelares no início deste ano, e, por isso, a Justiça de Pernambuco expediu em 19 de fevereiro o mandado de prisão.
Inicialmente, o TJPE notificou a Polícia Civil de São Paulo, por acreditar que Firmino morava no estado. Ele acabou sendo localizado por meio do trabalho de “Ronda Virtual” da DRCI, que busca por rastros digitais de foragidos de alta peliculosidade.
Segundo o advogado de José Carlos Firmino, Márcio Adão, a prisão de seu cliente é ilegal: “O senhor José Carlos Firmino Júnior já respondeu pelos mesmos fatos em um processo que tramitou perante a Vara da Comarca de Macaparana/PE, no qual o Juízo extinguiu a punibilidade por força da Prescrição”. Ainda segundo ele, o caso “já está sendo esclarecido ao juízo competente”, concluiu.
Casarão do Firmino também ganhou as páginas policiais
Em janeiro deste ano, o Casarão do Firmino foi cenário de uma agressão contra três mulheres, duas delas trans. Segundo o relato de uma das vítimas, ao menos 15 homens as agrediram após as mesmas serem retiradas de forma truculenta do Casarão, localizado na Rua da Relação, na Lapa.
Entre os agressores estavam os próprios seguranças do local, além de ambulantes e de um motorista de aplicativo da empresa Uber. À época, o Casarão do Firmino afirmou através de nota que a história é mentirosa e que foi criada para ocultar os culpados pela “confusão”.
O caso foi registrado na 5ª Delegacia de Polícia (Mem de Sá). O espaço ficou fechado por semanas após o ocorrido. A direção informou que os seguranças envolvidos foram afastados e que outros funcionários participaram de um curso de conscientização sobre pessoas LGBTQIA+.
As três mulheres foram atingidas por chutes no corpo, na cabeça e no rosto. Segundo o relato das vítimas, durante as agressões, era possível ouvir frases como “pode bater que é tudo homem” e “eu pensava que era mulher, senão já tinha batido antes”.
Pouco depois do ocorrido, a deputada estadual Dani Balbi (PCdoB) oficiou o Ministério Público e a Secretaria de Segurança Pública sobre o caso. A parlamentar cobrou a punição exemplar dos agressores. “Estamos acompanhando o caso desde o início e seguiremos nele até que os agressores sejam devidamente punidos. Transfobia é crime e não pode mais passar impune”.