A tentativa do governo do estado de barrar a CPI da Transparência, na semana passada, não foi bem-vista pela ala mais bélica da Assembleia Legislativa. Integrantes da base disseram que já procuraram o presidente da casa, Rodrigo Bacellar (União Brasil), e pediram que ele adote uma postura menos governista — e saia mais em defesa do parlamento.
O requerimento para a instalação da comissão foi publicada, em edição extra do Diário Oficial do último dia 29. O objetivo principal era investigar os contratos com organizações sociais em algumas pastas do estado. O Palácio Guanabara, porém, não quis saber de correr riscos. E passou parte da noite tentando fazer com que os deputados da base (a maioria dos apoiadores) retirassem as suas assinaturas — o que não é permitido pelo regimento interno da Assembleia. Dois secretários, o do Gabinete do governador, Rodrigo Abel; e o de Governo, André Moura; ainda tentaram convencer Bacellar a não instalar a comissão. Em vão. Foi publicada nesta terça-feira (07) a lista dos indicados e a comissão inicia os trabalhos amanhã.
Segundo alguns deputados que já procuraram o presidente da Assembleia, Bacellar está magoado com o governador Cláudio Castro (PL). Soube que, ao pedir ajuda a líderes políticos do Rio contra a CPI, Castro teria falado mal dele, que se considera um aliado de primeira hora. O governo também tem mirado em alguns deputados do PL que não rezam pela cartilha do Palácio Guanabara.
O clima não anda bom para o governo lá pelos lados da Carioca.