O homem que mantinha pessoas reféns dentro de um ônibus na Rodoviária Novo Rio se entregou por volta das 18h desta terça-feira (12), depois de três horas de sequestro. No veículo, ele atirou e atingiu duas pessoas. Uma delas está em estado grave.
Segundo o porta-voz da PM, coronel Marcos Andrade, todos os 16 passageiros foram libertados sem ferimentos, e passam por avaliação psicológica. Entre os reféns havia mulheres com crianças e idosos.
O criminoso foi identificado como Paulo Sérgio de Lima, que, segundo as primeiras informações da polícia, era da Rocinha e tentava fugir para Juiz de Fora em um ônibus da Viação Sampaio.
Uma passageira disse que o ônibus já havia saído, mas retornou porque o ar-condicionado quebrou. Já na rodoviária, alguns passageiros decidiram descer porque estava muito quente. Foi quando o homem fez os disparos dentro no ônibus e passou a fazer as pessoas reféns.
Um passageiro identificado como Bruno Lima da Costa Soares, de 34 anos, foi atingido no tórax e no abdômen. A vítima foi levada para o Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio, onde foi encaminhado à cirurgia. Uma outra pessoa foi atingida por estilhaços, mas foi atendida na rodoviária e passa bem.
Bruno é funcionário da Petrobras e está em estado grave. Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, ele já precisou de seis bolsas de sangue.
Durante o sequestro, o homem chegou a fazer mais dois disparos em direção aos policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), que estavam à frente das negociações. Ninguém ficou ferido.
A rodoviária foi isolada e todas as viagens foram canceladas. A concessionária orientou que as pessoas com passagens compradas remarcassem a viagem junto às empresas de ônibus. É possível solicitar a troca ou o cancelamento.
Anotações criminais
Paulo Sérgio de Lima tem duas anotações na polícia, uma delas pelo crime de roubo a passageiros de um ônibus. Em 2019, ele assaltou um coletivo da linha 110. Paulo Sérgio foi beneficiado pela progressão de regime, passando para o semiaberto em 2022.
Ele fugia do Rio por estar ameaçado pelo Comando Vermelho, por ter baleado um colega da facção.