A prefeita de Paraíba do Sul, candidata à reeleição, Dayse Deborah Alexandra Neves, a Dayse Onofre (Republicanos), informou à Justiça Eleitoral ter um patrimônio de R$ 5.679.075,99. O valor chamou a atenção da cidade do Sul Fluminense e ganhou as redes sociais. Quatro anos atrás, ela declarou R$ 1,7 milhão. Um aumento de 226,15%.
A maior parte dos bens da prefeita, segundo a declaração, encontra-se em “participação no capital da empresa” (R$ 3.822.820,00) e “cotas ou quinhão de capital” (R$ 1.514.70,00). Ela não cita os nomes das empresas a que se referem a participação e as cotas.
Em 2020, Dayse relacionou participações societárias na empresas hoteleiras Lota e CM, no hotel fazenda Cachoeiras do Cavaru, na Rádio Clube Vale do Paraíba e na MDH Participações.
Mas, agora, preferiu não dizer em que empresas põe seu dinheirinho.
Passado de denúncias
Dayse é mulher do ex-presidente do Detro Rogerio Onofre, de quem herdou o sobrenome politico. Em 2017, Onofre foi preso na Operação Ponto Final, desdobramento da Lava Jato com foco na corrupção no setor de transportes, sob a suspeita de receber propina para beneficiar as empresas de ônibus. Quatro dias depois, a própria Dayse foi presa em Florianópolis, por suspeita de lavagem e evasão de divisas. Segundo a decisão judicial, ela teria tentado movimentar U$ 1,8 milhão de um fundo no exterior, dois dias depois da prisão de Onofre. O casal foi libertado em pouco mais de um mês.
Em 2023, o juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela prisão do casal, foi afastado de suas funções pelo Conselho Nacional de Justiça por suposto desvio de conduta, num processo baseado em, entre outras coisas, denúncia feita por Rogério Onofre.
Doação irregular
Em 2020, Dayse chegou a ter o registro indeferido pela Justiça Eleitoral, mas concorreu sub judice e ganhou a eleição. É que 2016, ela fez uma doação ilegal à campanha do candidato da família, Alcino Carvalho. Extrapolou em duas vezes e meia os recursos que poderia dispor na ocasião, sendo desproporcional ao seu poder econômico declarado à Receita Federal no ano anterior.
A defesa não questionou a doação, mas argumentou que a suspensão dos direitos políticos seria uma pena desproporcional. A tese foi aceita pelo Tribunal Superior Eleitoral, e a inelegibilidade de Dayse foi afastada.