Alvo de críticas de tucanos após discursar em evento de campanha de Flávio Valle, candidato a vereador do grupo político de Eduardo Paes (PSD), Aspásia Camargo renunciou à presidência do PSDB no Estado do Rio, nesta quarta-feira (2). Ela encaminhou comunicado ao vice da executiva estadual, Sávio Neves, ao presidente do conselho eleitoral, Alexandre Cardoso, e demais integrantes da cúpula tucana avisando de sua renúncia.
Na carta (leia na íntegra ao final), ela afirma que já comunicou a renúncia, por conta de “compromissos pessoais”, ao presidente da legenda, o ex-governador de Goiás Marconi Perillo, mas destaca que seguirá na militância tucana. Além disso, alfinetou gestões anteriores afirmando que pegou um partido sem recursos e endividado, quando assumiu a função no início de 2023.
“Apesar de redobrados esforços, enfrentamos enormes dificuldades diante de um partido sem recursos, administrativamente frágil e financeiramente endividado pela irresponsabilidade dos que me precederam. Por conta disso, por decisão da Justiça Eleitoral, perdemos o acesso ao fundo partidário, distribuído por Brasília”, disse.
O apoio a Valle não foi a única crise enfrentada por Aspásia à frente do PSDB estadual. Em maio, o partido ficou sem o espaço na propaganda partidária pré-eleitoral porque a então presidente perdeu o prazo dado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para a requisição do tempo e das inserções nas TVs abertas. Na ocasião, tucanos já tinham sinalizado que iriam se queixar a Perillo e ao presidente do Instituto Teotônio Vilela, o ex-governador de Minas Aécio Neves.
Discurso foi o estopim
O estopim para o fim da gestão de Aspásia à frente do PSDB fluminense foi o discurso no evento de Flávio Valle, favorável ao candidato a vereador. A reunião também teve a participação do secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz. Membros da legenda encaminharam denúncia à executiva nacional afirmando ser inadmissível a agora ex-presidente “apoiar o 55”. O PSDB, cabe ressaltar, indicou a vereadora Teresa Bergher como vice na chapa de Marcelo Queiroz (PP).