Por 16 votos a 1, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu, nesta quarta-feira (15), manter processo disciplinar que pode levar à cassação do mandato do deputado Chiquinho Brazão, acusado de ser um dos mandantes da execução da vereadora Marielle Franco (PSOL).
O processo é o primeiro a avançar no órgão desde março de 2021. A decisão seguiu a relatora, deputada Jack Rocha (PT-ES), que se manifestou pelo seguimento do processo. O único a votar contra as conclusões apontadas por ela foi Gutemberg Reis (MDB).
Chiquinho poderá apresentar nova defesa em até 10 dias úteis. Em seguida, a relatora fará um novo parecer para o Conselho de Ética recomendando a cassação, suspensão ou arquivamento. Todo o processo pode durar até 50 dias. Se o Conselho mantiver a escolha pela cassação, o processo será votado no plenário.
O parlamentar é acusado de quebra de decoro parlamentar, por ter sido denunciado, junto com o irmão Domingos Brazão, como mandante do assassinato, cometido em 2018. Ele foi preso no Rio, no dia 24 de março, em Operação Murder, Inc. da Policia Federal.
No dia 27 de março, os irmãos foram transferidos do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, para unidades federais diferentes. Domingos foi para um presídio de Porto Velho, em Rondônia, e Chiquinho para o de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. O delegado Rivaldo Barbosa, também preso por acobertá-los, permanece em Brasília.