A base de Cláudio Castro (PL) dá como pule de dez: ele não vai tornar sem efeito a exoneração de Washington Reis (MDB), assinada e publicada pelo presidente da Assembleia Legislativa e governador em exercício Rodrigo Bacellar (União) durante a sua ausência. Bacellar ameaçou desistir da pré-candidatura ao governo do estado se Castro revogar sua decisão.
Pelo sim, pelo não — e como tudo pode mudar em segundos lá pelos lados das Laranjeiras — no entanto, toda a política do Rio vai ficar de olho no Diário Oficial dos próximos dias.
Afinal, o governador também vem dizendo aos mais próximos que não pode deixar sem resposta a “insubordinação” do interino, sob pena de ficar desmoralizado diante de seus pares. Castro consultou aliados, nesta segunda-feira (07), para ouvir opiniões e buscar uma saída honrosa.
Até o fim da noite, ninguém sabia exatamente qual seria a decisão do governador.
Washington não foi convocado para qualquer tipo de conversa. Já Bacellar tem viagem marcada para Brasília nesta terça-feira. O próprio Castro deve voar para a capital na quarta, se for confirmada a apreciação dos vetos do presidente Lula (PT) ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). A votação é fundamental à saúde financeira do estado.
Enquanto isso, a política do Rio nem respira.
A crise já rondava Castro há semanas
Deputados ligados a Bacellar vinham se revezando ao microfone da Assembleia, exigindo a demissão de Washiington do cargo de secretário de Transportes, por ele estar muito próximo ao prefeito Eduardo Paes (PSD) — o mais forte pré-candidato da oposição. Castro fez a egípcia. Então Bacellar, assim que assumiu, usou a caneta que deixaram em sua mão para assinar a exoneração.