Aprovado sem problemas em primeira discussão na Câmara do Rio, o projeto de criação do Parque do Legado Olímpico deveria voltar ao plenário, nesta terça-feira (17), para análise final.
Mas o texto original do executivo recebeu nada menos que 120 emendas dos vereadores — e foi retirado de pauta até que o líder do governo, Márcio Ribeiro (PSD) e o presidente da casa, Carlo Caiado (PSD), se entendam com o prefeito Eduardo Paes (PSD) e com os coleguinhas. A votação foi adiada para terça-feira que vem, dia 24, na penúltima sessão ordinária antes do recesso.
Paes não tem gostado, nem um pouquinho, desse recente arroubo da Câmara — que passou a querer apresentar emendas a todos os textos enviados pelo Palácio da Cidade.
E muitas emendas, aliás.
Num grupo de mensagens com vereadores do seu PSD, o prefeito reclamou dos enxertos à Lei dos Puxadinhos — como é mais conhecida a proposta de legalização de imóveis irregulares, mediante pagamento à prefeitura, a famosa “mais valia”.
“Provavelmente tivemos que ceder a algum vereador da minoria, para que ele não ousasse adiar o projeto. Minoria que tem poder de inviabilizar votações é minoria que manda. Infelizmente, é esse o modelo que se implantou na Câmara Municipal”, escreveu Paes.
Câmara quer soluções para a mobilidade
Caiado está, há pelo menos dois dias, mergulhado nas negociações — tanto com a prefeitura, quanto com os vereadores — para ajustar os ponteiros e levar a plenário apenas um número razoável de emendas.
Entre as correções de rumo apresentadas pelos nobres há uma proposta do próprio presidente da Câmara — e apoiada por muitos — com a previsão de solução para a mobilidade na região. As avenidas Embaixador Abelardo Bueno, Salvador Allende e Ayrton Senna — todas na região do futuro parque — já sofrem com engarrafamentos atualmente, imagine quando o parque for inaugurado e houver eventos quase todos os dias.
A proposta é implantar um complexo de entretenimento
A proposta de autoria do executivo cria uma Operação Urbana Consorciada (OUC) para administrar a área de 1.180.000 de m², por 30 anos, oferecendo, em contrapartida, a transferência do potencial construtivo do local — estimado em 1.044.586 m² — para outras áreas da Barra e de Jacarepaguá.
Com investimentos na ordem de R$ 7,9 bilhões, a proposta apresentada pela empresa Rock World é criar no local o Projeto Imagine, um complexo de entretenimento com centro de lazer, esportes e entretenimento, que vai abrigar um parque temático, anfiteatro para 40 mil pessoas.
Também estão previstos um hub criativo com pista para patinação no gelo; museu olímpico, abrigo permanente para o Rock in Rio; resort; torre de escritórios, entre vários outros equipamentos.
Segundo dados da empresa, o projeto vai injetar R$ 240 bilhões e gerar 143 mil empregos em 30 anos.