Enquanto Brasília viveu altas emoções até a consagração de Hugo Motta (Rep-BA) como candidato de Arthur Lira (PP-AL) à sucessão no comando da Câmara dos Deputados, na capital do Rio tudo caminha para a reeleição do atual presidente, Carlo Caiado (PSD).
Eleito para seu sexto mandato, o moço vai disputar um novo biênio no comando do velho Palácio Pedro Ernesto. Conta a seu favor o ineditismo de ter sido o primeiro a receber os votos de todos os colegas, em 2023.
Até mesmo o PSOL, que tem por hábito se abster, deu o sim. E não à toa. Oposicionista a todos os governos desde a eleição de seu primeiro vereador, o partido conquistou, pela primeira vez, a presidência de comissões permanentes — incluindo a disputada Comissão de Saúde.
O jeito conciliador e o hábito de dialogar mudaram o dia a dia da Câmara: a rotina criada pelo Colégio de Líderes, que não existia no parlamento municipal, azeitou as votações. É claro que os embates no plenário continuaram, mas projetos importantes como o Plano Diretor e até o polêmico pacote de mudanças no estatuto dos servidores conseguiram ser aprovados sem traumas — e com emendas da oposição.
As doações à prefeitura, que ajudaram na construção do Super Centro Carioca de Benfica e na reforma de outras unidades, também animaram os coleguinhas. E, de quebra, os novos parlamentares ainda têm no horizonte a mudança para a nova sede, deixando para trás o já combalido anexo.
Parece um “ataque ao Supremo” desobedecer a decisão do STF de proibir mais de uma reeleição no legislativo. Passar por cima das regras já aconteceu antes, quando proibiu a sabatina do procurador indicado pelo Crivella para ser conselheiro do TCM, para acobertar os desmandos de Eduardo Paes.