A máquina de produzir cigarro modelo MK8 PA7, apreendida em 22 de março deste ano no Mercado São Sebastião, na Penha, Zona Norte da capital, foi devolvida aos seus donos por agentes da Polícia Civil nesta segunda-feira (21). O equipamento foi encontrado durante uma operação da Corregedoria Interna da Corporação em parceria com a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).
A perícia não consegui determinar se as peças eram as mesmas do equipamento que foi furtado da Cidade da Polícia, em fevereiro de 2023. De acordo com as investigações, a máquina furtada, de mesmo modelo da apreendida na Penha, teria sido vendida e levada para o Mato Grosso do Sul (MS). Segundo a Polícia Civil, as peças foram vendidas e o chassi principal teria sido levado para o MS.
Quando foi supostamente recuperado, o aparelho, de cerca de seis metros de comprimento e que pesa cinco toneladas, estava pintado de outras cores. O juiz Orlando Eliazaro Feitosa, do Tribunal do Rio, determinou a busca e apreensão da máquina, que tinha sido localizada por meio de ligação feita ao Disque-Denúncia.
Máquina Gêmea
O equipamento também de modelo MK8 PA7 foi furtado em 17 de fevereiro de 2023 da Cidade da Polícia, onde atuam mais de três mil policiais em 15 delegacias especializadas. A máquina havia sido apreendida em julho de 2022, numa operação do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro; contra criminosos que mantinham 23 paraguaios e um brasileiro em situação análoga à escravidão numa fábrica de cigarros, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
O desaparecimento só foi revelado quatro meses mais tarde, em junho, após um oficial de justiça, junto ao representante da empresa Indústria Amazônica de Cigarros Ltda., que adquiriu o equipamento no leilão (no valor de R$ 500 mil), irem ao local para analisar as condições de seu funcionamento. Já a investigação do sumiço só iniciou em novembro.
No começo de abril foi revelado que essa máquina furtada de dentro da Cidade da Polícia saiu do complexo escoltada por uma viatura da Delegacia de Roubo e Furto de Cargas (DRFC), onde estava armazenada, até a cidade de Cuiabá, capital do Mato Grosso (MT).
As investigações da Corregedoria da corporação apontaram ainda que um dos suspeitos de participar do furto é o policial civil Juan Felipe Alves da Silva, que já está preso por suposto envolvimento em outro caso bizarro: ter apreendido uma carga de 16 toneladas de maconha e negociado com traficantes. O caminhão com a droga também saiu escoltado da Cidade da Polícia.
No dia 01 de abril, a Corregedoria cumpriu mandados de busca e apreensão contra Juan e contra o policial militar Laércio Gonçalves de Souza Filho, que teria transferido R$ 306 mil para conta de Juan após o furto da máquina de cigarros. O empresário do ramo de transportes Silvano do Nascimento Moreira também foi alvo da operação.
De acordo com as investigações, Juan tinha a chave do depósito onde a máquina estava guardada. Ele era chefe do setor de investigação da Delegacia de Roubo e Furto de Cargas (DRFC). Ele nega ter sido responsável pelo galpão.