O problema da falta de saneamento básico no Peró, em Cabo Frio, Região dos Lagos, será levado como pauta prioritária à Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio (Agenersa) na discussão sobre a renovação quinquenal do contrato com a concessionária Prolagos. Além dos problemas que provocados no Peró, a falta captação e tratamento de esgotos leva os detritos in natura pelo canal do Itajuru para poluir a Lagoa de Araruama, a Ilha do Japonês e a Praia do Forte.
Em reunião com moradores e ambientalistas na quinta-feira (28), o deputado estadual Dr. Serginho garantiu que vai encaminhar as reivindicações do movimento Amigos do Peró à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das concessionárias de serviços públicos na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
“O Peró, com sua belíssima praia e Bandeira Azul, é peça-chave para a atividade turística de Cabo Frio. Precisa ter prioridade na solução do grave problema de saneamento básico. É necessária atenção da prefeitura, gestora da concessão, da Agenersa e da concessionária Prolagos”, cobrou o parlamentar.
Na reunião, os moradores também pediram apoio para os problemas de infraestrutura. O principal deles é o acesso, atualmente feito através da comunidade do Jacaré. Eles defendem a pavimentação da Estrada do Nelore, de 2,5 quilômetros, que também vai beneficiar a ligação intermunicipal Arraial/Cabo Frio/Búzios.
“O hotel gasta em média R$ 30 mil por mês para retirar o esgoto com caminhões, pois o saneamento básico do Peró é deficiente. A dificuldade de acesso e sinalização é a maior reclamação dos nossos hóspedes, a maioria procedente de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro”, comentou o gerente do Hotel Paradiso, Hudson Rangel.
A desordem na praia na alta temporada foi outro assunto discutido. Segundo os moradores, o quadro foi o pior de todos os tempos devido ao excesso de licenças para ambulantes e loteamento das áreas públicas dos banhistas com a reserva de espaço para aluguel de guarda-sóis, mesas e cadeiras.
O parlamentar defendeu projetos para definir a capacidade de carga das praias, controle e fiscalização de licenças para ambulantes. “O derrame de licenças prejudica os banhistas, os hotéis, os turistas e os próprios ambulantes. A desordem estimula o turista a não voltar”, acrescentou Dr. Serginho.
Os moradores da Ogiva também reclamaram da falta de saneamento básico e dificuldades no acesso à Ilha do Japonês, com problemas graves no trânsito na alta temporada. Já os moradores do Pontal do Peró pediram apoio para obras de infraestrutura e abastecimento de água, já que a Prolagos não tem rede de abastecimento no bairro, que a cada ano recebe mais turistas e novos moradores.