A morte do porteiro Sebastião Lair Hipólito, de 65 anos, esfaqueado nesta sexta-feira (24) ao tentar conter um roubo na unidade da Rede MV1 de Icaraí, em Niterói, virou a ponta de lança de uma guerra política na cidade.
O ex-prefeito e pré-candidato nas eleições de outubro Rodrigo Neves (PDT) foi às redes sociais criticar o trabalho desenvolvido pelo programa Segurança Presente, do governo do estado. Rodrigo disse ser fundamental a volta do Niterói Presente — criado e implementado pela prefeitura, mas extinto em 2021 por decisão do Palácio Guanabara.
A comunicação oficial da Prefeitura de Niterói, comandada por Axel Grael — aliado de Rodrigo — repercutiu a declaração do político, em postagem na manhã deste sábado. “Prefeitura quer retomar o Niterói Presente — Mais segurança para a nossa cidade”, prega o perfil da administração municipal no Instagram.
Quem não gostou nem um pouquinho do megafone virtual do candidato foi o major Abrahão Clímaco, coordenador do Segurança Presente em Niterói. Clímaco divulgou nota oficial sobre a “indignação” ao ver “um ataque desonesto e leviano por parte de duas pessoas que sabem que o Niterói Presente estava irregular“.
“Estão fazendo postagens nas redes sociais tentando atacar o projeto do governo do estado para fugir de suas responsabilidades com o aumento da população em situação de rua e consequente aumento da violência”, disse.
Em um grupo de mensagens, o revoltado major Clímaco chegou a chamar Rodrigo Neves — que, segundo ele, teria instituído “políticas públicas que incentivam moradores de rua a atuarem sem responsabilidades” — de “verme”.
Moradores de Icaraí fizeram uma caminhada pedindo paz, na manhã deste sábado. O sepultamento do porteiro Sebastião Hipólito também está marcado para hoje.