ATUALIZAÇÃO às 16h45 de sábado, 26, com o posicionamento de Waguinho
O Ministério Público se manifestou a favor da decretação da indisponibilidade dos bens do ex-prefeito de Belford Roxo Waguinho e de seu sobrinho Matheus do Waguinho, candidato derrotado à prefeitura da cidade em 2024, ambos do Republicanos.
O objetivo é garantir a reposição de mais de R$ 15 milhões aos cofres públicos da cidade. Do total, R$ 14.931.079,00 teriam saído do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de
Belford Roxo (Previde) e R$ 402,5 mil da Fundação de Desenvolvimento Social de Belford Roxo (Funbel). O dinheiro teria sido transferido indevidamente a terceiros, sem justificativa legal, em ano eleitoral.
As duas ações foram movidas pela Prefeitura de Belford Roxo, agora comandada por Márcio Canella (União), sucessor e arquirrival de Waguinho.
De acordo com os processos, assim que assumiu a prefeitura, a nova administração instalou um gabinete de crise para averiguar os indícios de má gestão e irregularidades. No curso das investigações, foi apurado que, em dezembro de 2024, Waguinho teria transferido quase R$ 15 milhões do caixa da prefeitura para o Previde, como previa um acordo para regularizar a situação do instituto de previdência.
Mas, em seguida, o dinheiro foi indevidamente desviado, por meio de transferências bancárias, para cerca de 600 pessoas sem qualquer vínculo com o Instituto, ou seja, que não figuravam como servidores ativos, inativos ou pensionistas. Nos dias 2 e 3 de outubro de 2024, a Funbel também realizou 28 transferências eletrônicas instantâneas (PIX) a diversos beneficiários, totalizando R$ 402.500,00.
As transferências não apresentavam qualquer justificativa legal ou administrativa, tampouco estavam acompanhadas de processo administrativo, nota de empenho ou ordem de liquidação. Diz a nova gestão da prefeitura ter verificado que os destinatários dos pagamentos do Funbel, eram, em sua maioria, candidatos a vereador em Belford Roxo ou em outros municípios, vinculados politicamente aos réus.
MP diz que o perigo de dano ao processo justifica o bloqueio de bens de Waguinho
De acordo com o MP, o perigo de dano ou risco ao resultado útil dos processos está evidente, e de forma concreta. Por isso, opinou pelo deferimento do pedido de tutela de urgência, com a decretação da indisponibilidade dos bens para assegurar a futura recomposição do erário.
O posicionamento de Waguinho
O ex-prefeito de Belford Roxo enviou, neste sábado (26), uma nota sobre o caso. Eis a íntegra:
“Diante da recente manifestação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que opinou favoravelmente à decretação da indisponibilidade de bens do ex-prefeito de Belford Roxo, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, cumpre esclarecer que tal medida ainda não foi apreciada pela Justiça e parte, na verdade, de um enredo claramente fabricado com motivações políticas.
Trata-se de um movimento articulado pelo atual grupo que administra a cidade, liderado pelo prefeito Márcio Canella, adversário político direto de Waguinho, que tenta transformar a máquina pública em instrumento de perseguição aos que trabalharam de forma séria, eficiente e com amplo respaldo popular.
Waguinho foi o único prefeito reeleito da história de Belford Roxo e deixou o cargo com mais de 80% de aprovação popular. Foram dois mandatos marcados por investimentos em infraestrutura, valorização dos servidores públicos, avanços nas áreas da saúde, educação e da assistência social, e conquistas que devolveram dignidade a uma população historicamente esquecida.
O reconhecimento popular às transformações promovidas por sua gestão é incontestável e continua a incomodar os que hoje ocupam o poder, mas que não conseguem entregar à cidade sequer um plano de governo concreto.
A narrativa construída contra Waguinho tenta associá-lo a transferências realizadas pela Funbek e pelo Instituto de Previdência dos Servidores (Previde), sob acusações de desvios em ano eleitoral. No entanto, nos dois casos mencionados — que correm em processos distintos — não há qualquer decisão judicial que imponha bloqueio de bens ou que reconheça irregularidades.
Trata-se, até o momento, apenas de manifestações do Ministério Público, a partir de informações fornecidas unilateralmente pela atual gestão, sem contraditório, sem produção de provas e sem a devida análise técnica das circunstâncias administrativas e legais que envolvem os atos questionados.
A tentativa de imputar responsabilidade a Waguinho com acusações infundadas, sem base jurídica sólida deixa claro o contexto de perseguição política, impulsionado por adversários que não aceitam o legado de transformação construído nos últimos oito anos em Belford Roxo.
Waguinho confia plenamente na Justiça e está à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários. Ao contrário do que tentam fazer crer seus opositores, não há qualquer condenação, tampouco decisão liminar decretando bloqueio de seus bens. O que existe é uma tentativa rasteira de desgastar politicamente sua imagem por meio do uso indevido de mecanismos judiciais, alimentada por ressentimentos eleitorais e por um governo municipal que, em seis meses, já acumula frustrações, promessas não cumpridas e retrocessos.
A história de Belford Roxo já demonstrou, por meio do voto popular, quem verdadeiramente trabalhou por sua gente. Nenhuma manobra política será capaz de apagar esse legado. A verdade prevalecerá — e com ela, o compromisso de sempre com o povo da nossa cidade”.