O prefeito de Maricá e ainda vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, aproveitou seus minutos ao microfone para mandar recados, no evento que oficializou a vitória de Alberes Lima e Diego Zeidan nos diretórios do PT no Rio.
Quaquá afirmou que a nova direção estadual — presidida por seu filho Diego — não aceitará que os parlamentares do partido se afastem das orientações do comando da legenda, especialmente em votações de projetos prioritários para o governo do qual o PT faz parte.
“Nós somos base do governo Eduardo Paes (PSD). Quem não quiser votar com o partido, não precisa ser parlamentar pelo PT. Vamos unificar e exigir fidelidade partidária. Um parlamentar do PT não foi eleito por vontade própria. Foi eleito pelo partido. E terá que seguir as orientações dele”, afirmou.
Na votação do projeto que regulamentou a Guarda Municipal armada no Rio, o PT rachou. Dois vereadores, Leonel de Esquerda e Maíra do MST, votaram contra. O racha provocou protestos no grupo político do prefeito do Rio e houve até ameaças de rompimento da aliança.
Mas também houve recado endereçado ao próprio Paes.
Quaquá afirmou que o PT renunciará às secretarias que ocupa na gestão municipal, caso não haja orçamento e condições para implementar os projetos que pretende desenvolver: Devagar, devagarinho, Paes vem desidratando a Secretaria municipal de Habitação, comandada pelo próprio Diego Zeidan.
“Nós não somos o partido da boquinha. Não precisamos disso. Somos um partido que veio para melhorar a vida das pessoas. Queremos colaborar com o projeto da cidade, mas precisamos ter condições e orçamento para isso. Se não tivermos, saímos do governo e continuaremos apoiando, mesmo sem cargos”.
Leonel de Esquerda, o perdedor, prestigiou a vitória do oponente
Além de Quaquá, o ato que oficializou a vitória de Diego e Alberes contou com a presença do ex-prefeito de Maricá, Fabiano Horta, do deputado federal e membro da executiva nacional Jilmar Tatto, dos deputados estaduais Renato Machado e Zeidan (mãe de Diego), do presidente da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) e ex-ministro Celso Pansera, e dos vereadores Tainá de Paula, Felipe Pires e Leonel de Esquerda — que perdeu a eleição para Alberes.
Em seu discurso, o novo presidente estadual do PT reforçou que a principal meta da sua gestão é reeleger Lula no Rio em 2026.
“Fui eleito para dialogar com todos aqueles que querem ver Lula reeleito e o bolsonarismo longe do Rio de Janeiro em 2026”, completou.
Quaquá reafirma que PT quer ver Fabiano Horta vice de Paes
Quaquá também reafirmou que Fabiano Horta é o nome do partido para a disputa de cargos majoritários nas eleições de 2026. Seja em uma candidatura própria para o governo do estado ou como vice em uma possível aliança com Paes para o Palácio Laranjeiras. Ou até para o Senado.
“O PT do Rio tem um candidato majoritário para as próximas eleições, e ele é Fabiano Horta. Nossa intenção é que ele seja vice de Paes. Mas, se isso não for possível, ele poderá sair candidato ao governo do estado ou ao Senado. O nome dele está ratificado”, afirmou.
O vice-presidente do PT também destacou a transparência e a legalidade do processo eleitoral petista, ressaltando que nunca uma eleição do partido foi tão fiscalizada quanto a realizada no último domingo.
“Foi o maior, mais amplo e mais fiscalizado Processo de Eleições Diretas (PED) da história do PT. Não pode haver qualquer contestação. Todos foram fiscais e fiscalizados. Quem votou em Maricá, Niterói ou em qualquer lugar viu que ali estava o partido de massa, com gente indo votar”, disse Quaquá.
Segundo João Maurício, o “Joãozinho”, atual presidente estadual do partido, até o momento não houve qualquer recurso ou questionamento jurídico das chapas e candidatos derrotados na eleição realizada no último domingo.