O governo estadual, por meio do programa Cidade Integrada e da Empresa de Obras Públicas (Emop), finalizou as intervenções em mais três equipamentos públicos no Edifício Multiuso do Estado, localizado no Complexo do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo.
A partir desta sexta-feira (16), os moradores das favelas da Zona Sul do Rio terão acesso a um espaço exclusivo para corte e costura, uma cantina totalmente reformada e um centro para o ensino e treino de ginástica artística voltado a crianças e adolescentes de 5 a 16 anos. Os interessados devem procurar a sala de ginástica no foyer do prédio público.
“A recuperação do Edifício Multiuso é fruto do diálogo com a população. Estamos atuando com foco nas reais necessidades da comunidade, criando oportunidades e ampliando o acesso a serviços essenciais”, afirmou o governador Cláudio Castro (PL).
Variedade de oportunidades
A diversidade é uma marca importante do Edifício Multiuso do Estado. Com opções que vão da segurança pública à arte, a estrutura pública vive uma retomada graças ao trabalho de proximidade realizado pelas equipes sociais do programa Cidade Integrada.
As aulas de ginástica artística serão oferecidas pelo Projeto Acolher, que conta com instrutores moradores, os quais também ministram aulas de futebol, basquete e judô no mesmo prédio.
“Para nós, os ‘crias’ da comunidade, é muito legal poder participar. Antes da reforma, já usávamos o prédio como podíamos. Agora temos um projeto com a identidade da comunidade. O Cidade Integrada chegou para dar o suporte que precisávamos”, destaca Daniel Souza, morador do Pavão-Pavãozinho há 37 anos.
Instrutor de futebol do Projeto Acolher, ao lado da administradora Claudia Amaral, Daniel participou de iniciativas sociais dentro do prédio desde a infância. Com o novo espaço, ele poderá ampliar as aulas de ginástica artística. Atualmente, cerca de 350 crianças são atendidas no edifício, e a meta é dobrar esse número.
“Há muito tempo sonhávamos com esse projeto de ginástica aqui. Já tivemos uma criança da comunidade que chegou à Seleção Brasileira. O Cidade Integrada veio para realizar esse sonho”, afirmou Claudia Amaral.
Costura e acolhimento
Outro avanço importante foi a criação do espaço de corte e costura. A iniciativa também conta com a participação de Josefa Almeida, da associação Corte e Arte – Associação das Costureiras Autônomas do Morro do Cantagalo. O objetivo é oferecer cursos e oficinas voltados ao empreendedorismo feminino.
Josefa agora conta com um ambiente fixo para consertos e confecção de roupas na própria favela. Mesmo sem estrutura adequada, a associação já atendia clientes da Zona Sul, principalmente dos bairros de Copacabana e Ipanema. Com a nova instalação, a proposta é expandir os serviços, com maquinário e espaço para exposição de produtos.
“Há 27 anos, nossa associação divide igualmente a renda entre todas. Mantemos essa filosofia de igualdade até hoje. Também emprestamos máquinas e ensinamos o ofício”, explicou Josefa.
Satisfação na ponta da língua

A Cantina da Riva foi reestruturada e regularizada, com a administração formalizada para a moradora Rivadalva Pereira, que dá nome ao local. Totalmente reformado, o espaço atenderá moradores, trabalhadores, visitantes e turistas.
“Cozinho na comunidade há 40 anos, sempre com refeições simples, feitas com carinho. Agradeço por esse espaço maravilhoso. Quero melhorar a cada dia”, disse dona Rivadalva.
Recuperação do Edifício Multiuso do Estado
As intervenções do Cidade Integrada incluem ainda a criação de um Restaurante-Escola da Faetec, mais três elevadores (totalizando seis), uma Biblioteca Parque, unidade da Fundação Leão XIII, Museu de Favela, sede administrativa da Polícia Militar, feira de artesanato para produtoras locais, lavanderia comunitária, intervenções urbanísticas no “Caminho da Arte”, interligação do complexo com grafites e padronização até o prédio do elevador panorâmico, além de espaço exclusivo para projetos da Secretaria da Mulher.
O edifício também contará com sala de fisioterapia, espaço para aulas de dança e teatro. Estão previstas ainda a reforma da subestação de energia, banheiros, entorno da piscina, vestiários, dois elevadores e áreas de projetos culturais e esportivos. As melhorias beneficiarão diretamente os mais de 31 mil moradores e mais de mil usuários diários do prédio público, que funciona das 7h às 20h.
“A obra do Museu das Favelas (MUF) será concluída no primeiro semestre, com funcionamento previsto ainda este ano. O novo batalhão da Polícia Militar será entregue no início do segundo semestre, junto com a sala de dança e de fisioterapia. Estudamos ainda a criação de uma escola técnica de turismo no local onde hoje funciona a sede da UPP”, explicou a coordenadora do Pro