Uma explosão seguida de incêndio atingiu, na manhã desta segunda-feira (21), a plataforma Cherne 1 (PCH-1), operada pela Petrobras, na Bacia de Campos, no Norte Fluminense. Ao todo, oito funcionários ficaram feridos, segundo a última atualização do Sindicato dos Petroleiros da região (Sindipetro-NF), divulgada por volta das 12h21.
De acordo com o sindicato, um trabalhador precisou ser resgatado do mar com queimaduras leves. Ele foi retirado, consciente, pela embarcação Locar XXII e levado para atendimento médico na plataforma PNA. Dos feridos, um desembarcou no Farol de São Thomé e os outros sete, em Macaé.
Devido à explosão, o escoamento de gás foi interrompido e as comunicações da plataforma foram afetadas. Embarcações de emergência foram acionadas para prestar apoio à operação, e o combate ao fogo durou cerca de quatro horas, até às 11h25, segundo o sindicato. As causas do incêndio e o número de pessoas presentes na plataforma ainda não foram esclarecidos.
O que diz a Petrobras
Em nota oficial, a Petrobras confirmou o incêndio, que, segundo a empresa, foi controlado pelas equipes de emergência. A Petrobras também enfatizou que a plataforma não produz petróleo desde 2020 e que, durante o incidente, um trabalhador, de fato, precisou ser resgatado do mar. Contudo, até às 13h54, não havia confirmação ao TEMPO REAL sobre os outros sete feridos.
“A plataforma não produz petróleo desde 2020. Durante o incidente, um trabalhador que prestava serviço para a companhia se acidentou, caiu ao mar, mas foi resgatado, recebeu atendimento em embarcação de apoio e já está em processo de desembarque aeromédico. Ele sofreu queimaduras leves e está consciente. As pessoas que estão a bordo de PCH-1 estão bem e as equipes não essenciais serão preventivamente desembarcadas para que a integridade das instalações seja avaliada. Uma comissão será formada para apurar as causas do incidente”, finalizou no comunicado.
Cabe destacar que, em 2024, a Petrobras assinou contratos com a Perenco para a cessão total de sua participação nos campos de Cherne e Bagre, por US$ 10 milhões. No entanto, a entrega completa está prevista para agosto. A Petrobras já recebeu US$ 1 milhão, e o restante será pago no fechamento da operação.
Sindicato denuncia descaso
Em vídeo publicado nas redes sociais, o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense informou que está no Hospital Público Municipal de Macaé (HPM) prestando apoio às vítimas da explosão. A diretoria do Sindipetro-NF também destacou que acompanha com preocupação mais este grave episódio e reforça que tem denunciado sistematicamente, ao longo dos últimos anos, a falta de investimentos em manutenção e na integridade das plataformas da Bacia de Campos.
Para o sindicato, os acidentes, que vêm se tornando recorrentes, são o resultado direto de anos de negligência dos governos anteriores, que abandonaram as políticas de segurança e integridade das unidades offshore, provocando o sucateamento das instalações.
“Infelizmente, o que vemos hoje são as consequências práticas do desmonte da indústria nacional do petróleo. O sucateamento da Bacia de Campos, além dos prejuízos econômicos, coloca em risco a vida dos trabalhadores. Não é por acaso que acidentes como esse têm se tornado mais frequentes”, afirma a direção do Sindipetro-NF.
Denúncia
O sindicato informa que continuará acompanhando o caso de perto e indicará um diretor para compor a comissão de apuração do acidente.
Além disso, irá denunciar a ocorrência a todos os órgãos competentes, como a Marinha do Brasil, Agência Nacional do Petróleo (ANP), Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e demais entidades responsáveis pela fiscalização das condições de saúde e segurança na indústria do petróleo.