A Polícia Civil vai investigar quem estava financiando o grupo suspeito de planejar um ataque a um homem em situação de rua. O crime, impedido pela operação da Polícia Civil, aconteceria na tarde deste domingo (20) e seria cometido por Kayke Sant Anna Franco (19 anos) e Caio Nicholas Augusto Coelho (18 anos). Ao todo, três pessoas foram presas, e um menor de idade apreendido.
Em uma coletiva de imprensa na manhã deste domingo, a delegada Maria Luiza Machado, da 19ª DP (Tijuca), afirmou que o grupo recebia dinheiro, por pix, para cometer os crimes. A Polícia está buscando identificar esses financiadores.
De acordo com a delegada, a execução seria feita com o uso de coquetéis molotov, um ataque semelhante ao que foi realizado em fevereiro, na Zona Norte. Um adolescente foi apreendido e um homem que filmou o ato e transmitiu para 120 pessoas no Discord foi preso. Segundo as investigações, Kayke e Caio eram responsáveis pela página no Discord. Bruce Vaz, de 24 anos, é apontado como chefe da quadrilha.
A operação
Policiais civis da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) e da 19ª DP (Tijuca), com apoio da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), deflagraram a Operação Desfaçatez ainda durante a manhã deste domingo. Os mandados foram cumpridos em Vicente de Carvalho, na Zona Norte, e Bangu, na Zona Oeste.
Segundo as investigações, o núcleo da organização pretendia assassinar o morador de rua de forma brutal, com a transmissão do homicídio pela internet. Os agentes apuraram a existência de uma rede de jovens que utilizavam a plataforma Discord para realizar e divulgar atrocidades, como maus-tratos a animais, indução à automutilação, estupro virtual, racismo e incitação ao crime, como forma de “entretenimento”.
O grupo também promovia ataques de ódio contra negros, mulheres e adolescentes, em uma escalada de violência digital com graves consequências no mundo real. O crime mais grave — o assassinato de um morador de rua previsto para acontecer neste domingo — seria transmitido ao vivo em troca de dinheiro.
A atuação da Polícia Civil, em conjunto com o Ciberlab da Secretaria Nacional de Segurança (Senasp) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), frustrou o crime em tempo hábil. Os três presos são apontados como líderes do grupo e executores da comunidade criminosa virtual.
Com informações do G1.