Em Teresópolis, na Região Serrana do Rio, o chumbo não é trocado por jornaizinhos — como na vizinha Petrópolis.
Lá, a situação é bem mais tensa. O prefeito Vinícius Claussen (PL) se rebelou contra a Câmara e exonerou todos os servidores indicados pelos vereadores.
Comandado por Leonardo Vasconcelos (União) — que também é pré-candidato a prefeito — o legislativo municipal deu o troco. Aprovou emendas que mudaram radicalmente o projeto de lei do orçamento para 2024 enviado pela prefeitura.
Claussen vetou todas as modificações que considerou inaceitáveis. Como a Câmara estava demorando a apreciar os vetos — e, talvez, percebendo que eles seriam derrubados em plenário — tomou uma medida radical. Por decreto, declarou nula a lei orçamentária e pôs em vigor o mesmíssimo texto aprovado para… o ano passado.
Os vereadores foram à Justiça e o juiz da 1ª Vara Cível da cidade, Rubens Soares Sá Viana Júnior, foi salomônico: determinou que está valendo o texto aprovado pelos vereadores, com as restrições aplicadas pelo prefeito. Pelo menos, até a Câmara pôr em votação, no plenário, os tais vetos da discórdia.
Como o pano de fundo da brigalhada parece ser mesmo a corrida eleitoral, é bom lembrar que o líder nas pesquisas até agora é Mário Tricano, ex-prefeito que poderia ser personagem da série “Vale o escrito” — que já foi até alvo da Operação Dedo de Deus, desencadeada em 2011 para prender contraventores ligados ao jogo do bicho.
Para não dizer que acabou, ainda corre por fora o assessor especial do governador, Alex Castelar — e espera o apoio de Cláudio Castro e do presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar.
A banca já está recebendo as apostas.