Professores da rede municipal de Niterói iniciaram greve, nesta segunda-feira (10), contra uma série de medidas postas em prática pelo prefeito Rodrigo Neves (PDT) e pelo secretário de educação, Bira Marques, para 2025.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, a paralisação “além de ilegal, não é razoável”, e acusa diretamente a direção do sindicato de “extremista”, por supostamente não buscar diálogo, e inflar um movimento “com apenas 10% de adesão da rede”.
“A secretaria estranha que a direção do sindicato, controlada por um partido extremista como o PSTU, tenha convocado uma greve através de uma assembleia virtual com 200 pessoas em uma categoria de mais de 5 mil profissionais de educação sem qualquer busca de diálogo. Não há qualquer atraso no pagamento de salários dos profissionais ou qualquer retirada de direitos de profissionais de educação”, diz.
A pasta ainda disse que segue aberta ao diálogo e que vai tomar as medidas legais e administrativas em relação à direção do sindicato, porque é “inaceitável uma greve sem pauta, cujo único objetivo é fazer luta política e ideológica”, diz trecho da nota enviada pela prefeitura ao TEMPO REAL.
A paralisação dos servidores foi definida em assembleia extraordinária realizada no último dia 28 de janeiro, de forma virtual. Na manhã de hoje (10), a categoria realizou uma assembleia geral, no Clube Fluminensinho de Niterói, seguida por um ato de rua, com passeata no centro da cidade.
Na parte da tarde, a categoria realizou nova manifestação, também no centro de Niterói, concentrados na porta da prefeitura, exigindo negociação imediata com o governo. Segundo o Sepe, o secretário de Governo, Felipe Peixoto, recebeu as lideranças e se comprometeu a marcar uma audiência com o secretário de Educação.
As pautas da greve
Segundo o sindicato, entre as principais pautas, estão as recentes medidas anunciadas pela prefeitura, “que afetam a educação infantil e a educação de jovens e adultos (EJA), promovendo cortes e alterações que, pioram as condições de ensino e trabalho nas escolas”. Além do fim da bidocência — modelo que garante duas professoras por turma na educação infantil — e do aumento do número de alunos nas turmas de 1 e 2 anos.
A prefeitura, por sua vez, rebate afirmando que não há qualquer retirada de direitos dos profissionais da educação.
“O que há é uma regulamentação das determinações do Conselho Nacional de Educação e do Conselho Municipal de Educação quanto às turmas de 4 e 5 anos. Nesses casos, enquanto o Conselho Nacional de Educação determina a formação de turmas de 24 alunos por professor, Niterói passará a ter, no máximo, 20 alunos por professor. Portanto, abaixo daquilo que determina, aquilo que é a diretriz do Conselho Nacional de Educação”.
“Niterói terá ainda um professor auxiliar para cada duas ou três turmas de crianças de 5 anos para apoiar os professores regentes. É importante ressaltar que em turmas com crianças com necessidade especiais, já há a presença de dois professores por turma” prossegue a nota.