A Assembleia Legislativa (Alerj) seguirá sob o comando do deputado Rodrigo Bacellar (União) pelos próximos dois anos. O parlamentar foi reeleito presidente do parlamento, por unanimidade inédita na história da Alerj, em sessão realizada nesta segunda-feira (3), no Palácio Tiradentes.
Uma das mudanças na mesa diretora será na primeira vice-presidência, que era ocupada pelo União com o deputado Brazão. O PL, partido que detém a maior bancada da casa, indicou Guilherme Delaroli para o posto. Além disso, Dr. Pedro Ricardo (PP) deixa de ser segundo secretário, substituído por Dr. Deodalto (PL).
“Aqueles que me criticam, prefiro ser o matuto da roça e falar de coração do que escrever. Cumprimento cada mulher presente neste plenário, todas sabem o quanto tentei ao longo destes dois anos empoderá-las. Quero cumprimentar a todos os secretários de estado e ao governador Cláudio Castro. Aqui é a nossa casa e este é o nosso momento”, celebrou o presidente reeleito.
A chapa de Bacellar, batizada como “Somos um só por um Rio melhor”, foi a única a concorrer. O regimento da Alerj prevê a apresentação de chapas de 13 nomes, mas, devido a um raro consenso entre os parlamentares, não houve oposição.
Nem o PSOL, que tradicionalmente prefere abstenção, deixou de votar na lista encabeçada pelo deputado do União Brasil. Apesar da pressão da ala mais à esquerda do partido, a bancada decidiu buscar o caminho do diálogo, sob o argumento de que Bacellar tem tratado com respeito os parlamentares de oposição. A nova mesa prometeu espaço nas comissões a todas as tendências políticas.
“Todos sabem que faço uma oposição muito direta e combativa ao governo Cláudio Castro, mas em nenhum momento fui procurado pelo presidente ou me senti constrangido no exercício do meu mandato. Nosso voto é favorável”, disse Flávio Serafini, líder do PSOL na Alerj.
PL vai trabalhar para eleger Bacellar governador
O deputado Douglas Ruas (PL), atualmente secretário estadual das Cidades, tendo se licenciado para votar na eleição, brincou com Dionísio Lins (PP) quando este declarou que votaria em Bacellar para ser conselheiro do Tribunal de Contas (TCE).
Ruas “discordou” do colega e disse que o PL irá trabalhar pela indicação do nome do presidente da Alerj para a sucessão de Cláudio Castro (PL) no governo estadual, em 2026.
“Vossa excelência contemplou o PL com a indicação do meu amigo Guilherme Delaroli para primeiro vice-presidente. O PL, sob a liderança do presidente Altineu Côrtes, vai trabalhar muito para que a gente construa esse consenso em nome do senhor para governador do estado”, disse.
Apoio maciço a Rodrigo Bacellar
O PSOL não foi o único. O grupo político de Bacellar recebeu apoio de partidos de diferentes correntes. Como, por exemplo, o PSD, do prefeito do Rio, Eduardo Paes, com quem o presidente da Alerj teve um recente desentendimento.
Além disso, o próprio Bacellar divulgou nas redes sociais o apoio que recebeu do Solidariedade do deputado federal Áureo Ribeiro, e do PDT, do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi; do prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, dentre outros. Os dois partidos também estão na base de Paes.
“Todos os partidos políticos, inclusive o meu, o PSD, fecharam a votação em torno do presidente Bacellar. O parlamento precisa ser independente – e ele será. Mas isso não significa que precisemos estar constantemente em conflito com todos. A independência deve vir acompanhada de harmonia e respeito.”, disse o deputado Luiz Paulo, um dos mais experientes da casa.
Nos dias que antecederam a eleição, em seus stories no Instagram, o presidente publicou encontros com deputados da maior parte dos partidos que possuem representação na casa.
“A produtividade da CCJ e do plenário é um espetáculo. Nenhum deputado pode se queixar de que seus projetos não vão à pauta. Os vetos estão sendo derrubados. O deputado Bacellar mantém um equilíbrio que não é fácil”, emendou Carlos Minc, líder do PSB, ao votar favoravelmente ao presidente.
Veja a composição da mesa diretora
- Presidente: Rodrigo Bacellar (União Brasil)
- 1° vice-presidente: Guilherme Delaroli (PL)
- 2° vice-presidente: Tia Ju (Republicanos)
- 3° vice-presidente: Zeidan (PT)
- 4° vice-presidente: Celia Jordão (PL)
- 1° secretário: Rosenverg Reis (MDB)
- 2° secretário: Dr. Deodalto (PL)
- 3° secretária: Franciane Motta (PODE)
- 4° secretário: Giovani Ratinho (SDD)
- 1º vogal: Índia Armelau (PL)
- 2º vogal: Rafael Nobre (União)
- 3º vogal: Valdecy da Saúde (PL)
- 4º vogal: Renato Miranda (PL)
Acho que ele realmente pode ser forte candidato a governador, porque a rejeição ao Eduardo Paes é grande fora da capital e a tendência é de aumento da rejeição nos bairros mais pobres. O R Bacellar é filho de político, conhece a política. Mas o irmão dele deixou de ser presidente da Câmara de Campos, nem candidato foi.