O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio (Gaeco) denunciou à Justiça oito pessoas — entre elas, dois ex-secretários municipais — envolvidas num esquema de direcionamento e superfaturamento em licitação para a manutenção de equipamentos hospitalares em Silva Jardim. Segundo a denúncia do MP, entre março de 2021 e novembro de 2022 foram pagos, pelos serviços, valores muito acima dos cobrados usualmente no mercado.
Entre os denunciados estão o ex-secretário de Administração, Hugo Thiengo Kreischer, a ex-secretária de Saúde Josiane Ferreira da Silva do Espírito Santo, servidores e sócios das empresas que participaram do esquema criminoso. Eles foram denunciados pelos crimes de peculato, fraude à contratação, associação criminosa e contratação inidônea.
De acordo com os promotores, apesar de o Município de Silva Jardim já ter um contrato mais vantajoso em vigência para a manutenção de materiais hospitalares, foi criada uma falsa necessidade para justificar a nova contratação superfaturada da empresa AJE Serviços Técnicos Especializados. Em vez de prorrogar o contrato mais vantajoso, os denunciados deixaram que se vencesse o seu prazo para, deliberadamente, dar início a novo processo licitatório, no qual puderam manipular os preços e a escolha da empresa vencedora.
A investigação demostrou ainda que as empresas usadas para a cotação simulada dos preços, na fase interna da licitação, eram todas ligadas de alguma forma ao líder do grupo, Paulo Alves Rodrigues, denunciado pelo Gaeco. Ele também foi denunciado em 2018, na Operação Calvário, por peculato e organização criminosa, usando a mesma empresa.
A empresa AJE Serviços, por meio de seus sócios João Cezar e Jorge Luiz, também denunciados, já havia sido apontada em uma fraude contra o Município de Itaboraí, envolvendo a manutenção do Hospital Municipal Desembargador Leal Júnior.
Será que foi honestidade pura as contratações para a Prefeitura do Rio das empresas dos marqueteiros Sidônio e Renato Pereira?