Servidores em greve invadiram o plenário da Câmara do Rio, subiram nas mesas e encerraram a sessão. Estava em votação o PL 2613/2024, que proíbe a entrada de alimentos e bebidas alcoólicas em estabelecimentos como cinemas, teatros e estádios esportivos.
Mas os servidores que estavam nas galerias desceram, em protesto contra o projeto de lei complementar 186/2024 — que altera a forma de contagem de tempo das aulas dadas pelos professores da rede municipal de ensino; e muda o acesso a direitos como férias e licenças do servidor municipal. O PLC 186 está na pauta da semana, mas ainda não tem data para ser votado.
Às 19h30, policiais do Batalhão de Choque, que protegiam o Palácio Pedro Ernesto desde o início da manhã — quando os manifestantes começaram a ocupar a Cinelândia — entraram na Câmara para retirar os manifestantes. Mas não chegaram ao plenário. Da porta mesmo, bateram em retirada.
Vereadores do PSOL estão negociando a saída pacífica dos servidores, mas eles se recusam a deixar o plenário. Os seguranças da Câmara também tentaram a desocupação, sem sucesso.
Vereadores negociam mudanças no texto enviado pela prefeitura
Na manhã desta terça-feira (26), a Câmara do Rio promoveu uma reunião com representantes da prefeitura, para dar início a uma negociação em torno do PLC 186. Os profissionais de Educação estão em greve, desde ontem e por tempo indeterminado e fizeram um protesto em frente à Câmara durante todo o dia. O Palácio Pedro Ernesto foi cercado pela Polícia Militar — mas foi autorizada a entrada controlada de parte dos servidores.
Participaram da reunião Fernando dos Santos Dionísio, chefe de Gabinete do prefeito Eduardo Paes (PSD); Daniel Bucar, procurador-geral do Município; Gabriel Cardoso Coutinho Vieira, procurador do Município; Antoine Azevedo Lousão, secretário de Educação; e Roberta Guimarães, subsecretária de Gente e Gestão Compartilhada da Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento.
Os vereadores querem negociar a modificação de termos do projeto — entre eles, a questão das férias dos professores. Os parlamentares também vão tentar manter o benefício da licença especial para quem já estava no processo de contagem do tempo.
Com Marco Antonio Stivanelli
Invadir o plenário da Câmara é ataque a instituição democrática.