Mais um caso de violência envolvendo candidato a cargo eletivo em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Na madrugada desta sexta-feira (27), o vereador e postulante à reeleição Danielzinho (Republicanos) denunciou um atentado no bairro de Shangri-La. O boletim de ocorrência foi registrado na 54ª DP (Belford Roxo).
Segundo o parlamentar, ele chegava em casa, por volta das 2h, quando seu carro foi metralhado. Ele explicou que o ataque aconteceu momentos depois de ele sair do veículo e entrar no imóvel. O vereador não se feriu, mas fez duras críticas à escalada da violência.
“O que está havendo na nossa cidade é uma calamidade na segurança. Depois das minhas denúncias contra essa política suja e covarde, tentaram me silenciar. O que está acontecendo na nossa cidade é inaceitável. Política não se faz com violência, se faz com propostas”, afirmou.
Por conta dos casos de violência, campanhas devem solicitar reforço do Exército e da Força Nacional em Belford Roxo nas eleições. Na última terça-feira (24), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou o envio de militares federais para realizar a segurança de locais de votação no primeiro turno no estado.
Denúncia na PF
Na quarta-feira (25), Danielzinho apresentou denúncia contra o deputado estadual e candidato a prefeito Marcio Canella (União), por “utilização indevida de arma de fogo com fins eleitorais”. O vereador apresentou prints de um vídeo no qual Canella aparece com um objeto semelhante a uma arma na cintura. O vídeo foi deletado depois da repercussão.
Canella, por sua vez, se defendeu e disse que possui o porte de arma devido a ameaças que sofre por conta da atuação no combate a grupos criminosos: “Em função da minha atuação como deputado combatendo tráfico e milícia, sou ameaçado e tenho porte de arma para defender a mim e minha família”, disse.
Outro caso de violência aconteceu em 1º de setembro, quando cabos eleitorais de Canella e de seu adversário, Matheus do Waguinho (Republicanos) se encontraram durante uma caminhada. Houve confusão e alguém — as meninas de Matheus acusam um apoiador de Canella — usou gás de pimenta contra a turma adversária. Canella nega.
Quem é Danielzinho
O vereador que denunciou o atentado esteve recentemente no centro de polêmicas. Danielzinho, que fazia oposição a Waguinho e hoje é do mesmo grupo do prefeito, já foi despejado do próprio gabinete por outros vereadores. Sofreu processo de cassação e voltou ao mandato por decisão judicial.
Em maio deste ano, o parlamentar denunciou que ele, e outros 11 colegas, estavam sem salário havia quatro meses. Na ocasião, afirmou que fez o questionamento formal ao presidente Markinhos Gandra (PDT) pela ausência dos pagamentos. Este que por sua vez rebateu, afirmando que “os vereadores não recebem porque não trabalham”.