Quatro pessoas foram presas na operação Teatro Invisível, deflagrada nesta quinta-feira (12) para desmantelar quadrilha especializada em divulgar notícias falsas contra candidatos a prefeito que funcionava pelo menos desde 2016.
Bernard Rodrigues Soares, presidente municipal do União Brasil de São João de Meriti e ex-secretário de Comunicação de Eventos da prefeitura; Roberto Pinto dos Santos, dono de gráfica; André Luiz Chaves da Silva e Ricardo Henrique Patrício Barbosa.
Os mandados foram expedidos pelo juiz Bruno Monteiro Ruliere, da 8ª Zona Eleitoral. Além disso, também foi determinado o bloqueio judicial de bens no valor total de R$ 1 milhão para cada investigado.
Além das quatro prisões, os policiais cumpriram 15 mandados de busca e apreenderam R$ 188 mil em dinheiro, três carros de luxo, além de celulares, documentos e mídias de armazenamento.
O município de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, foi o principal alvo da operação, mas a atuação do bando se estenderia também às cidades de Araruama; Belford Roxo; Cabo Frio; Carapebus; Guapimirim; Itaguaí; Itatiaia; Mangaratiba; Miguel Pereira; Paracambi; Paraty e Saquarema.
Como a quadrilha atuava
As investigações revelaram que a organização criminosa, por meio de seus líderes desenvolveu um sofisticado e lucrativo esquema baseado na contratação de pessoas com o objetivo de influenciar no processo eleitoral de diversos municípios.
Tais contratados, após receberem as instruções dos coordenadores para propagar notícias falsas sobre um determinado candidato à prefeitura municipal, passavam a circular diariamente pelo município, infiltrando-se em locais com aglomerações, como pontos de ônibus, padarias, filas de bancos, bares e mercados, espalhando falsas afirmações sobre um determinado postulante ao cargo de prefeito, no intuito de beneficiar o candidato para o qual o serviço criminoso fora contratado.
Os atores contratado recebiam R$ 2 mil por mês para exercer tal função, já os coordenadores, R$ 5 mil, além de serem contratados pela própria Prefeitura Municipal. No ano eleitoral, quando o esquema entrava em vigor, os coordenadores eram exonerados de seus cargos e substituídos por “laranjas” – possíveis funcionários fantasmas –, a fim de manter o “direito” sobre eles.
De acordo com a PF, a “campanha” de propaganda criminosa possuía um processo de aferição de resultado incluído no seu planejamento por meio da elaboração de relatórios diários das atividades, com a especificação da quantidade de eleitores abordados por dia, número de votantes em cada candidato e o total de conversões feitas em benefício do candidato que contratou o serviço.
Os autores dos fatos são investigados por organização criminosa, desvio de funcionários públicos para a atuação no grupo criminoso, utilização de “laranjas” para burlar incompatibilidades com o exercício da função pública, lavagem de dinheiro, constrangimento ilegal de servidores (assédio eleitoral), bem como os tipos penais ligados à difusão de notícias falsas e/ou desinformação, previstos no Código Eleitoral.
Com Informações do RJTV 1