O estado do Rio de Janeiro já conta com mais pré-candidatos LGBT+ este ano do que nas eleições gerais de 2022, aponta levantamento realizado pela organização da sociedade civil VoteLGBT. A prévia da plataforma, que lançou um mapeamento na última sexta-feira, contabiliza 24 pré-candidaturas postas, contra o número de 22 candidatos da comunidade LGBT+ há dois anos.
De acordo com a sondagem, até o momento, 29,2% dos nomes são de pessoas transgêneros, e estão divididos em seis partidos. Só na capital, já existem oito que pretendem disputar uma vaga na Câmara Municipal.
“O eleitorado brasileiro exige novas vozes na política e um exemplo disso foram os resultados das eleições de 2022, se firmando como um marco significativo para a comunidade LGBT+ no Brasil. Essa performance não apenas reflete a demanda do eleitorado, mas também revela um potencial estratégico para os partidos políticos”, comenta Gui Mohallem, da direção executiva da VoteLGBT.
De acordo com a organização, em 2022, as candidaturas LGBT tiveram 3,5 milhões de votos e, mesmo sendo 1% dos candidatos, receberam mais de 5% dos votos nas últimas eleições, totalizando 18 eleitos.
“Dos 18 nomes LGBT+ que venceram, 16 são mulheres, 14 são negras e 5 são trans. Em qual outro grupo de 18 vencedores você encontra apenas um homem branco? Investir em candidaturas LGBT+ não é apenas uma questão de justiça social, mas uma estratégia eleitoral inteligente. Ignorar esse potencial é desperdiçar a oportunidade de ampliar a base eleitoral e fortalecer a democracia”, avalia Gui.
Crescimento nacional
O crescimento também se revela quando a análise é ampliada para todo país. Já foram mapeadas 432 candidaturas e a expectativa, depois do lançamento oficial, é chegar a mais de 600 pré-candidaturas.
No ar desde 28 de junho, o site tem 2024.votelgbt.org conta do com uma equipe de 16 articuladores, atuando em todas as regiões do Brasil.
Suprapartidário e fundado há 10 anos, o VoteLGBT é uma ONG que atua na promoção dos direitos e da representatividade das comunidades LGBT+ na política brasileira. Adotando uma abordagem interseccional, o VoteLGBT considera gênero, raça e classe nas suas iniciativas, que incluem comunicação, pesquisa e incidência política.