O prefeito Eduardo Paes (PSD) anunciou, na tarde desta quarta-feira (29), que o Autódromo Parque de Guaratiba será feito apenas com recursos privados. O projeto de lei complementar 162/2024, que cria o novo equipamento no bairro da Zona Oeste, está previso para ser votado em junho pela Câmara do Rio.
Em vídeo postado após reunião com o presidente do legislativo municipal, vereador Carlo Caiado (PSD), e lideranças que apoiam a iniciativa, Paes afirmou que o projeto inovador será construído em parceria com a iniciativa privada: “Sem recursos do IPTU, ISS, sem tirar dinheiro da Saúde e Educação”, garantiu.
Ao destacar a importância do projeto para a economia, turismo e preservação do meio ambiente, o prefeito destacou que o Autódromo Parque será usado ainda como área de lazer. “Vai ser mais do que uma pista, será um aliado na preservação, um equipamento guardião”.
A preocupação com o impacto ambiental foi um dos pontos levantados pela a vereadora Teresa Bergher (PSDB) na audiência sobre o tema na Câmara do Rio. Ela perguntou sobre a existência de estudos de impacto, já que há ali uma Área de Proteção Permanente.
“O projeto prevê uma obrigação do privado de preservar e tomar conta daquela área. Mas no processo de licenciamento, obviamente, todas as questões e condicionantes ambientais serão levantadas, seja por um EIA/RIMA ou por um licenciamento ambiental do município”, afirmou na ocasião o secretário municipal de coordenação governamental, Jorge Arraes.
De acordo Sérgio Dias, engenheiro que apresentou a proposta na Câmara, o projeto do Autódromo de Guaratiba inclui um plano de replantio, e a manutenção de uma área de preservação permanente e um manguezal em cerca de 43 mil metros quadrados da área, que totaliza pouco mais de 2 milhões de metros quadrados.
O primeiro esboço da pista conta com um traçado de 5,020 km de extensão, 5 mil metros quadrados destinados para a área dos boxes, com 23 garagens, outros 3,981 mil metros quadrados para o paddock. A previsão é que as arquibancadas tenham capacidade de receber até 18,6 mil pessoas.
Em tempos de mudança climática, a construção de um autódromo, seja qual for a origem dos recursos, é algo completamente sem sentido, contraditório com a crise ambiental mundial, e somente justificável por interesses nada republicanos.